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segunda-feira, 15 de julho de 2013

INFERNO DE FOGO E TORMENTO ETERNO

Estudo 205
Leia: Ezequiel 18: 23, 32

Base Bíblica
: Apocalipse 20: 9,10,14
Objetivo da lição: O estudante saberá que não existe um inferno de fogo, de tormento eterno, para onde vão e irão os maus, mas sim que os iníquos serão destruídos num lago de fogo e enxofre...
1) A “igreja mãe” e a grande maioria de suas filhas crê em um inferno de fogo, de tormento eterno, para onde vão as almas daqueles que foram maus, e que lá eternamente serão atormentados pelo diabo... Mas será que essa é uma doutrina e ensino bíblico? Para isso vamos examinar as Escrituras e ver o que realmente ela nos diz a esse respeito.
Pergunta
:
 a) Que doutrina pregam a igreja mãe e as suas filhas?
2) A palavra inferno vem do latim “inferii” e significa lugar inferior. A idéia de inferno como um lugar de fogo para onde vão almas incorpóreas condenadas não se encontra nas Escrituras, apesar de aplicações que se fazem de textos simbólicos e parábolas.Também a palavra inferno não faz parte do texto original da Bíblia como acontece com algumas outras palavras que estão na Palavra de Deus. A palavra inferno foi colocada nas traduções em português para substituir cinco outras palavras com significado completamente diferente do conceito religioso popular de inferno. Isso ocorreu devido à crença que o tradutor nutria previamente e que o influenciou a colocar a palavra inferno nas traduções que fez. Algumas Bíblias antigas trazem inferno em 1Coríntios 15: 55 mas algumas modernas como a Almeida Atualizada trás "morte", que é o correto. O mesmo ocorre em Apocalipse 20: 13 onde se lia "a morte e o inferno", encontra-se agora, "a morte e o além", mas a palavra lá é hades (grego) e significa "sepultura".
Perguntas
:
 a) De que palavra do latim vem a palavra inferno? E o que significa? b) Apesar das aplicações que fazem, a idéia de um inferno de tormento é encontrada na Bíblia? c) A palavra inferno faz parte do texto original da Bíblia? d) Por que foi colocada a palavra inferno nas traduções da Bíblia em português? e) Qual a palavra que continha no original de 1Coríntios 15: 55 ao invés de inferno? f) E em apocalipse 20: 13? g) O que significa a palavra hades?
3) A doutrina do inferno é de origem grega e romana e as pessoas são induzidas a crer nela pela formação religiosa anterior que receberam além das falhas das traduções que geralmente usam e fortalecem um pensamento antibíblico. 
Perguntas
:
 a) Qual a origem da doutrina do inferno? b) Por que as pessoas são induzidas a crer nessa falsa doutrina?
As cinco palavras que foram erroneamente traduzidas por "inferno" são:
4) GEENA (hebraico) que é uma forma simplificada da expressão ge (vale) bem (filho) e Hinom (nome da família proprietária da área), ou seja, vale dos filhos de Hinom. Essa palavra se encontra nos evangelhos como em Mateus 5: 22, 29 e nada tem a ver com um inferno de fogo eterno. Era um vale onde, no passado, se fazia sacrifícios humanos e se queimavam os corpos de pessoas aos ídolos. O profeta Jeremias profetizou que ali seriam lançados os corpos dos desobedientes e que ali ficariam expostos (Jeremias 7: 31-34). Nos dias de Jesus o local continuava a ser depósito de animais e lixo em putrefação e os moradores sempre ateavam fogo para consumir os restos ali deixados, e utilizavam enxofre para manter o fogo aceso. Esse lugar Jesus usou para simbolizar o fim trágico que aguarda os desobedientes. Apenas corpos físicos eram consumidos no GEENA por isso que havia bichos nos corpos podres, coisa que almas não têm. Nada a ver com almas num fogo eterno.
Pergunta
:
 a) O que significa a palavra hebraica geena? b) Essa palavra tem algo a ver com um inferno de fogo eterno? c) O que foi esse lugar no passado? d) Como era utilizado esse lugar no tempo de Jesus? e) O que Jesus usou como símbolo esse lugar?
5) HADES (grego) usada no NT juntamente com Sheol (hebraico) usada no AT significam "sepultura, lugar dos mortos, morada dos mortos". Entre outros textos esta palavra (hades) encontra-se em Apocalipse 20:13. Aqui o inferno (na verdade a sepultura) é o lugar onde estão os mortos, pois ele mesmo, o inferno = sepultura, é lançado no lago de fogo onde é destruído (Apocalipse 20: 14) pois a sepultura é o símbolo da morte que Jesus destruiu. Sheol, seu equivalente hebraico, também significa sepultura, sendo equivocadamente traduzida por "inferno". Em Jó 17:16 declara-se que os mortos ficam no pó e em Isaías 14: 9-11 se declara que o inferno (sheol) é um lugar onde os bichos comem os cadáveres. Também nada a ver com lugar de fogo eterno. Aliás, ainda em Apocalipse 20: 10 se diz que o próprio Diabo somente será lançado no lago de fogo, que se forma pouco antes do Juízo Final, quando Deus derrama fogo do céu (após o milênio, Apocalipse 20: 9). No verso 14 diz que o próprio inferno (sepultura) também é lançado nesse final lago de fogo. Ao final explicaremos sobre o fogo ser "eterno".

Perguntas:
 a) O que significa a palavra grega “hades” que tem o mesmo significado da palavra hebraica Sheol utilizada no AT? b) Por que encontramos a palavra “hades” em vários textos e inclusive em Apocalipse 20: 13? c) Qual outra palavra, também é erroneamente traduzida por inferno? d) O que é dito sobre o diabo em Apocalipse 20: 10? E sobre o próprio inferno? e) O que iremos explicar no final?


6) TANATO (grego). Esta palavra ocorre em vários lugares, mas é traduzida em 1Coríntios 15: 55 como inferno. Na realidade a falha de tradução foi tão clara que nem os que crêem no inferno tradicional mantiveram o erro, e corrigiram na Almeida Atualizada. Lá diz "onde está ó morte (tanato) a tua vitória onde está ó inferno (tanato = morte) o teu aguilhão?" O verso 54, anterior, diz que a morte (inferno) perde a vitória e o aguilhão porque Jesus nos dá a imortalidade. Também não tem nada a ver com um lugar de fogo onde as pessoas ficam queimando.
Pergunta: a)
 O que significa a palavra grega Tanato que também é traduzida em alguns versos erroneamente como inferno?
7) A quinta e última palavra é TÀRTAROS (lugar de trevas). Esta palavra ocorre na Bíblia apenas uma vez em 2Pedro 2: 4. O próprio texto declara que os anjos foram expulsos da presença de Deus, ou seja, onde está a verdadeira luz, para o exterior que são as trevas, privados da luz do céu onde moravam e sem ela neles uma vez que pecaram. Conforme diz o texto esse "inferno" também não tem fogo, somente a escuridão da ausência de Deus. Além do mais, em harmonia com Apocalipse 20: 9,10,14 eles estão aguardando o Juízo Final quando, somente então, serão lançados no Lago de Fogo produzido pelo fogo que desce do Céu e que os destrói juntamente com os que rejeitaram a salvação de Cristo (a segunda morte). Esta palavra, a última, também nada tem a ver com o inferno tradicional pregado pela cristandade... 
Perguntas:
 a) O que significa a palavra Tártaros? b) Em que único verso essa palavra aparece? b) O que diz o próprio texto de 2Pedro 2: 4? c) Demonstra isso que o Tártaro é um inferno de fogo eterno? d) Que prova nos demonstra Apocalipse 20: 9, 10, 14 de que não existe um inferno de tormento eterno? e) A palavra Tártaro tem algo a ver com o inferno tradicional pregado pela cristandade?
8) Surge então a pergunta: e o fogo eterno que diz Apocalipse 20 se formará depois do milênio com o fogo e enxofre que desce do céu? Sim. E logo após ocorrerá a segunda ressurreição, a dos mortos para a morte. A expressão eterno é "aion" (grego) que significa uma duração relativa ao que se refere. Pode estar falando que é eterno sem fim ou que é eterno "enquanto dura" como disse certo poeta. Ou seja, precisamos examinar o contexto para saber se é eterno sem fim ou eterno até que acabe. Em Apocalipse. 20:10 diz que serão atormentados pelos séculos dos séculos ("aion ton aion" em grego= para sempre, eternamente conforme algumas traduções). Mas esse "pelos séculos dos séculos é previamente explicado no verso anterior, o v. 9 que diz que o fogo que desceu "do céu os CONSUMIU", logo, serão atormentados eternamente até que toda a substância seja consumida, e seu resultado, a destruição, será eterna, pois o fumo, ou fumaça que disso resultar estará no espaço "para sempre", isto é, até que tudo que pode ser queimado, acabe. O afastamento eterno da luz e de Deus. 
Perguntas: a)
 Que pergunta surge? b) De qual palavra grega vem a expressão eterno? O que significa “aion”? O que pode ela significar? O que devemos examinar para saber? c) O que significa o eternamente de Apocalipse 20: 10?
9) Mas, além do significado gramatical de "eterno" e da explicação de Apocalipse 20: 9, há muitas passagens declarando que o fogo que destrói os maus no juízo final é eterno até que consuma tudo e somente deixe as cinzas. Por exemplo, Judas 6, 7 diz de forma clara que os anjos estão em trevas esperando o Juízo (igual diz Pedro como já vimos) em "algemas ETERNAS" (aion) . Ora, as algemas eternas serão tiradas quando chegar o Juízo e a condenação final, e a sentença for decretada., assim, a algema é eterna somente até que se cumpra o objetivo e sejam consumidos. 

Perguntas: a)
 O que outras passagens, além de Apocalipse 20: 9, declaram sobre o fogo eterno? b) O que Judas e Pedro dizem que comprova que o eterno somente é eterno até que se cumpra o objetivo e sejam consumidos?
10) O verso 7 diz que o "exemplo do fogo eterno" é o da punição que caiu sobre Sodoma e Gomorra e as cidades vizinhas. Qual foi a punição de Sodoma e Gomorra? Estão queimando até hoje? A Bíblia diz que não, veja Gênesis 19: 24-29. O apóstolo Pedro declara que Sodoma e Gomorra se tornaram em "cinzas" (2Pedro 2: 6) para mostrar o exemplo do que acontecerá aos que vivem impiamente. Portanto, o fogo é eterno até consumir tudo o que é ímpio nesse planeta e Deus criar aqui um Novo céu e uma Nova Terra (a regeneração de tudo). Apocalipse 21:1, 5 diz que Deus, então, fará novas todas as coisas.
Pergunta: a) O que acontecerá com os ímpios e com as suas obras ímpias neste planeta?
11) Deus é amor, como deixaria alguém ficar por milênios, pela eternidade afora, se queimando em dores inimagináveis por pecados de uma vida passageira. Ele não prometeu isso, mas disse que o homem que pecasse, morreria. Se comesse da árvore da Ciência do Bem e do Mal morreria. Ou seja, seria destruído para sempre. Para finalizar a Bíblia diz que TODOS os ímpios se tornarão cinzas no dia do Senhor. (Malaquias 4:1-3) o que concorda plenamente com o dizer de Apocalipse 20: 9; 2Pedro 2: 6 entre outras passagens. E o próprio Satanás será consumido, o que concorda com Apocalipse 20: 9. Veja Ezequiel 28: 14-19.
Perguntas: a)
 O que não faria, Deus, por Ele ser amor?  b) O que prometeu Deus? c) O que diz a Bíblia tornar-se-iam todos os ímpios no dia do Senhor?
12) Mas, e a parábola do rico e Lázaro? (Lucas 16: 19-31). O nome do relato já diz é uma "parábola" onde não se vai para o céu, mas para o simbólico "seio Abraão", também não se trata de "almas" no fogo mas de corpo físico com dedo, língua e que sente calor e pede água para matar a sede, fisiologia de corpo vivo que está sendo queimado, como ocorrerá no Juízo Final. Também deixa clara, a parábola que o mendigo morto e salvo foi levado "pelos anjos", o que somente ocorrerá no futuro, na volta de Jesus (Veja 1Tessalonicenses 4:13-17 entre outras passagens). E quanto a recompensa dos salvos (como no caso do mendigo da parábola) ou dos Perdidos (representado pelo rico da parábola) a mesma parábola declara que ambas as situações somente ocorrerão quando a chegar a ressurreição (primeira ou segunda), que é a única forma (como vimos na passagem anterior) de se voltar de entre os mortos seja para a vida, seja para a morte eterna. (verso 32 e João 5: 28, 29).
Perguntas: a)
 O que é uma parábola? b) O que demonstra a parábola do rico e Lázaro? c) Quando será levado pelos anjos o mendigo morto da parábola? d) Qual será o único momento de qualquer morto voltar a vida?
13) Finalmente, o apóstolo Paulo ensina que mesmo os que morreram em Cristo não estão salvos a não ser quando ocorrer a primeira ressurreição no retorno à terra de nosso Mestre para o inicio de seu reino milenar (Apocalipse 20: 4, 5). Eles não vão para o céu ou um lugar de tormento ao morrerem. A ressurreição dos salvos somente ocorrerá na volta de Jesus para reinar durante o milênio, quando a terra será restaurada e então ocorrerá a segunda ressurreição (Apocalipse 20: 5), aquela para a morte. A Bíblia ensina que se não houver ressurreição "naquele dia", todos os que morreram em Cristo, mesmo eles, estarão perdidos. Leia 1Coríntios 15:16-18.
Perguntas: a)
 O que declara o apóstolo Paulo? b) Quando ocorrerá a primeira ressurreição? c) E a segunda? c) Se não houvesse ressurreição o que aconteceria até mesmo com os de Cristo?
14) Em Ezequiel 18: 23, 32 Deus declara que não tem prazer na MORTE do ímpio, não se compraz em seu tormento eterno. Perder a salvação, sofrer "conforme as suas obras" e receber a morte e o esquecimento eterno é a maior punição que Deus pode dar a alguém. Sadismo é se deleitar na dor prolongada de alguém. Deus não se deleita nem mesmo no ato da morte quanto mais na contemplação eterna de alguém em infinitas agonias. Graças a Deus que sua Palavra nos informa: "não tenho prazer na morte do que morre" mesmo que seja ímpio. A extinção é a pena máxima. 
Perguntas: a)
 O que declara Deus, por intermédio do profeta Ezequiel? b) Qual é a maior punição que Deus pode dar a alguém? Qual a pena máxima?

FONTE:


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Escola do Ministério

Associação Ministerial das Congregações da Igreja de Deus (7º dia) no Brasil

http://www.igrejadedeusemsaopaulo.org.br/images/afeear2.gif




quarta-feira, 19 de junho de 2013

“Projeto de cura gay”

19/06/2013
 às 3:24

Você lerá que comissão aprovou “projeto de cura gay”. É uma falsa notícia e aqui se explica por quê

Nem tudo se resume à minoria na rua. Há outros assuntos em pauta no país. O blog recebeu ontem quase 300 mil visitas. É provável que alguns novos leitores acabem tomando gosto pela página. Nem todos conhecem os debates travados aqui. Pois bem: nos jornais desta quarta, vocês encontrarão o que já está nos sites e portais. Algo mais ou menos assim: “Comissão de Feliciano aprova projeto da cura gay”. É mentira dupla! Em primeiro lugar, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara não pertence ao deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Em segundo lugar, não existe projeto que prevê a cura gay. Isso é uma fantasia do jornalismo militante. Semelhante àquela que sustenta que o Estatuto do Nascituro é “Bolsa Estupro”. Tenho 51 anos. Quando eu tinha 20 e poucos, 30 e poucos e, acreditem, até 40 e poucos, era proibido fazer militância política em redação. Cada um que tivesse as suas convicções, mas o compromisso tinha de ser com o fato, segundo valores, a saber: defesa da democracia, do estado de direito, da economia de mercado. Era proibido, por exemplo, mentir , simplificar ou trapacear em nome do bem da humanidade. Jornalista reporta o que vê — e alguns opinam. Mas sem inventar o que não existe num caso ou noutro.
Ao fato mais recente: a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara aprovou um Projeto de Decreto Legislativo, do deputado João Campos (PSDB-GO), que susta dois trechos de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia. O texto ainda tem de passar pelas comissões de Seguridade Social e de Constituição e Justiça. Se alguém não conhece detalhes do debate — geralmente ignorados porque fica mais fácil fazer proselitismo onde há ignorância, especialmente a bem intencionada — explico tudo abaixo, nos mínimos detalhes,conforme fiz, por exemplo, no dia 2 de maio. Vamos ver.
O Projeto de Decreto Legislativo 234/11 torna sem efeito o trecho do Artigo 3º e todo o Artigo 4º da Resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia.
Então vamos aos documentos. A íntegra do Projeto de Decreto Legislativo está aqui, com a justificativa. Reproduzo a parte propositiva em azul.
Art. 1º Este Decreto Legislativo susta o parágrafo único do Art. 3º e o Art. 4º, da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1/99 de 23 de Março de 1999.
Art. 2º Fica sustada a aplicação do Parágrafo único do Art. 3º e o Art. 4º, da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1/99 de 23 de Março de 1999, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual.
Art. 3º Este decreto legislativo entra em vigor na data de sua publicação.
Então é preciso fazer o que virou raridade nas redações quando os lobbies “do bem” ditam a pauta; saber, afinal, que diabo dizem os trechos que seriam sustados.
“Art. 3° – os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.”
Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.
Art. 4° – Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.
Comento
Atenção! A proposta de Decreto Legislativo não toca no caput do Artigo 3º. Ele seria mantido intocado. Como deixa claro o projeto do deputado, seriam suprimidos apenas o Parágrafo Único do Artigo 3º e o Artigo 4º.  Como se nota, ao suprimir esses dois trechos da Resolução 1/99, o Projeto de Decreto Legislativo não passa a tratar a homossexualidade como uma doença. É mentira! Também não autoriza a “cura gay”. É outra mentira! São distorções absurdas!
Fato, não militância
Procederei a algumas considerações prévias, até que chegue ao cerne da questão. Avalio que a homossexualidade não tem cura pela simples razão de que não a considero uma doença. E nisso concordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) e com o Conselho Federal de Psicologia. Assim, não acredito em terapias que possam converter héteros em gays ou gays em héteros (não se tem notícia de que alguém tenha buscado tal conversão). Mais: sexualidade não é uma opção — se fosse, a esmagadora maioria escolheria o caminho da maior aceitação social, e, nessa hipótese, as escolhas poderiam até ir mudando ao longo do tempo, à medida que determinadas práticas passassem a ser mais aceitas ou menos.
Há quem só goste de um brinquedo; há quem só goste do outro; e há quem goste dos dois. Essa minha opinião não é nova — o arquivo está aí. Os espadachins da reputação alheia, como escreveu Balzac, fazem questão de ignorá-la porque gostam de inventar inimigos imaginários para posar de mártires. Muito bem. Até aqui, não haveria por que os gays — ou o que chamo “sindicalismo gay” — estrilar. Mas é evidente que não pensamos a mesma coisa. Entre outras divergências, está o tal PLC 122 que criminaliza a chamada “homofobia”. Trata-se de um delírio autoritário. Já escrevi muito a respeito e não entrarei em detalhes agora para não desviar o foco.
Vamos lá. Desde 22 de março de 1999, está em vigência a tal Resolução 1 (íntegra aqui), que cria óbices à atuação de psicólogos na relação com pacientes gays. Traz uma porção de “considerandos”, com os quais concordo (em azul), e depois as resoluções propriamente. Listo os ditos-cujos:
CONSIDERANDO que o psicólogo é um profissional da saúde;
CONSIDERANDO que na prática profissional, independentemente da área em que esteja atuando, o psicólogo é frequentemente interpelado por questões ligadas à sexualidade;
CONSIDERANDO que a forma como cada um vive sua sexualidade faz parte da identidade do sujeito, a qual deve ser compreendida na sua totalidade;
CONSIDERANDO que a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão;
CONSIDERANDO que há, na sociedade, uma inquietação em torno de práticas sexuais desviantes da norma estabelecida sócio-culturalmente;
CONSIDERANDO que a Psicologia pode e deve contribuir com seu conhecimento para o esclarecimento sobre as questões da sexualidade, permitindo a superação de preconceitos e discriminações
Aí vem o conteúdo da resolução. O caput do Artigo 3º, com o qual ninguém mexe, é correto. Reproduzo:
“Art. 3° – os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.”
Está claro, então, que os psicólogos não atuarão para favorecer a patologização da homossexualidade nem efetuarão tratamentos coercitivos. E a parte que cairia? Pois é…Transcrevo outra vez (em vermelho e em destaque):
Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.
Art. 4° – Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.
Têm de cair mesmo!
Qual é o principal problema desses óbices? Cria-se um “padrão” não definido na relação entre o psicólogo e a homossexualidade. Esses dois trechos são tão estupidamente subjetivos que se torna possível enquadrar um profissional — e puni-lo — com base no simples achismo, na mera opinião de um eventual adversário. Abrem-se as portas para a caça às bruxas. Digam-me cá: um psicólogo que resolvesse, sei lá, recomendar a abstinência sexual a um compulsivo (homo ou hétero) como forma de livrá-lo da infelicidade — já que as compulsões, segundo sei, tornam infelizes as pessoas —, poderia ou não ser enquadrado nesse texto? Um adversário intelectual não poderia acusá-lo de estar propondo “a cura”? Podemos ir mais longe: não se conhecem — ou o Conselho Federal já descobriu e não contou pra ninguém? — as causas da homossexualidade. Se um profissional chega a uma determinada terapia que homossexuais, voluntariamente, queiram experimentar, será o conselho a impedir? Com base em que evidência científica?
Há uma diferença entre “verdade” e “consenso da maioria influente”. Ademais, parece-me evidente que proibir um profissional de emitir uma opinião valorativa constitui uma óbvia infração constitucional. Questões ligadas a comportamento não são um teorema de Pitágoras. Quem é que tem o “a²= b²+c²” da homossexualidade? A resolução é obviamente autoritária e própria de um tempo em que se impõe a censura em nome do bem.
Ora, imaginem se um conselho de “físicos” ousaria impedir os cientistas de tentar contestar a relatividade. O que vai ali não é postura científica, mas ideologia. Se conceitos com sólida reputação de verdade, testados empiricamente, podem ser submetidos a um teste de estresse intelectual, por que não considerações que dizem respeito a valores humanos? Tenham paciência! O fato de eu não endossar determinadas hipóteses ou especulações não me dá o direito de proibir quem queira fazê-lo.
Fiz uma pesquisa antes de escrever esse texto. Não encontrei evidências de resolução parecida em nenhum lugar do mundo. O governo da Califórnia, nos EUA, proibiu a terapia forçada de “cura” da homossexualidade em adolescentes. É coisa muito diferente do que fez o conselho no Brasil. Países que prezam a liberdade de expressão e que não querem usar o discurso da liberdade para solapar a própria liberdade não se dão a desfrutes dessa natureza.
Então vamos lá. Eu não estou defendendo terapias de cura da homossexualidade. Eu não acredito que haja cura para o que não vejo como doença. Também não acho que estamos no universo das escolhas. Dito isso, parece-me uma suma arrogância que um conselho profissional interfira nessa medida na atividade clínica dos profissionais e, atenção!, dos pacientes também! Assim, no mérito, não vejo nada de despropositado na proposta do deputado João Campos. Ao contrário: acho que ela derruba o que há de obviamente autoritário e, entendo, inconstitucional na resolução porque decidiu invadir também o território da liberdade de expressão, garantido pelo Artigo V da Constituição.
É preciso saber ler.
Proponho aqui um exercício aos meus colegas jornalistas. Imaginem um Conselho Federal de Jornalismo que emitisse a seguinte resolução, com poder para cassar o seu registro profissional:
“Os jornalistas não colaborarão com eventos e serviços que proponham qualquer forma de discriminação social”.
“Os jornalistas não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos contra pobres, negros, homossexuais, índios, mulheres, portadores de necessidades especiais, idosos, movimentos sociais e trabalhadores”
O idiota profissional diria: “Ah, está muito bem para mim! Eu não faria nada disso mesmo!”. Não, bobalhão, está tudo errado! Você se entregaria a uma “corte” de juízes que definiria, por sua própria conta, o que seria e o que não seria preconceito. Entendeu ou preciso pegar na mãozinha para ajudar a fazer o desenho? O problema daquele Parágrafo Único do Artigo 3º e do Artigo 4º é o subjetivismo. Ninguém pode ser obrigado, não numa democracia, a se submeter a um tribunal que pode dar a sentença máxima com base nos… próprios preconceitos.
Nem nos seus delírios mais autoritários ocorreria a um conselho profissional nos EUA, por exemplo, interferir dessa maneira na relação do psicólogo com o seu paciente. Uma coisa é afirmar, e está correto, que a homossexualidade não é doença; outra, distinta, é querer impedir que o profissional e quem o procura estabeleçam uma relação terapêutica que pode, sei lá, disciplinar um comportamento sexual sem que isso seja, necessariamente, uma “cura”.
Os tais trechos da resolução, entendo, são mesmo autoritários e inconstitucionais. E têm de cair. E o que parece, isto sim, não ter cura é a vocação de amplos setores da imprensa para a distorção. Cada vez mais, a notícia se transforma num instrumento para privilegiar “os bons” e satanizar “os maus”. Isso é militância política, não jornalismo.
Por Reinaldo Azevedo

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