A Igreja Local no Novo Testamento |
Jesus, O Caminho para
A qual destes partidos Jesus pertenceu? Todos têm que concordar que ele não pertenceu a nenhum deles. Ele manteve sua independência; até o fim ele manteve relação com Deus sem pertencer a nenhuma seita. Por esta razão, todos se opunham a ele.
Jesus não providenciou para que seus seguidores fossem divididos em seitas e partidos. Ele, antes, desejava que pudessem ser unidos. Depois de orar por seus apóstolos, ele acrescentou:
"Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti; também sejam eles em nós…” (João 17:20-21).
Através dos anos, contudo, desenvolveram-se divisões e estas se perpetuaram pela escrita dos credos e da formação de organizações denominacionais. O resultado é que, agora, entre os seguidores que professam ser de Jesus, há muitos corpos (denominações), muitos senhores (autoridades religiosas), muita fé (credos) e muitos batismos.
Que diferente é a situação presente da unidade descrita no Novo Testamento:
"…há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Efésios 4:4-6).
Muitos, hoje em dia, lamentam a divisão entre os crentes e o desejo deles é que tal não existisse. Eles desejam a união de todas as grandes denominações e estão trabalhando diligentemente para esse fim. Mas admitem que, até que isto seja conseguido, não há nada que um indivíduo possa fazer a não ser juntar-se a uma das divisões existentes e manter um espírito bondoso e tolerante. Nada no ensinamento ou na prática de Jesus apóia esta concepção de unidade. Jesus não se encarregou de convocar uma conferência ecumênica designada a
efetuar uma fusão dos fariseus, saduceus e essênios numa super-seita. Nem orou para que seus discípulos pudessem unir-se numa super-denominação. Ele orou, antes, para que os crentes individuais se unissem nele e no Pai. Seu ensinamento foi designado para trazer indivíduos de doutrinas e tradições dos homens para a simples palavra de Deus. Através de seu ensinamento e exemplo, ele absolutamente pode ser para nós o caminho para sairmos da confusão religiosa.
A Igreja do Senhor
Jesus prometeu construir sua própria igreja. Ele disse: "…sobre esta pedra edificarei a minha igreja…” (Mateus 16:18).
Ele prometeu construir só uma igreja e ela seria dele. A rocha sobre a qual ela tinha que ser edificada não era Pedro, mas a verdade que Pedro confessou: “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Coríntios 3:11).
A palavra igreja significa “convocado”. Pregando o evangelho no dia de Pentecostes, Pedro e os outros apóstolos “convocaram” aqueles que creram em Jesus. "Ouvindo eles estas cousas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:37-38).
"Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (Atos 2:41).
Este foi o começo da igreja. Ela era composta por todos os que foram salvos por Jesus Cristo e continuou a crescer na medida em que outros eram salvos:
“…acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (Atos 2:47).
Grupos destas pessoas salvas encontravam-se em várias cidades e cada grupo era uma igreja. Ainda que unidos em Cristo, eles eram independentes de qualquer associação ou federação humana. Cristo os dirigia através de seus apóstolos inspirados, ensinando-lhes como deveriam adorar e trabalhar juntos.
Para Evitar a Divisão, Seguir a Jesus
Se obedecermos às mesmas instruções que Pedro deu no Pentecostes, arrependendo-nos de nossos pecados e sendo batizados em nome de Jesus Cristo, nós também seremos salvos. Quando formos salvos, o Senhor nos acrescentará à sua igreja, como acrescentou aqueles cristãos. Eles não se ligaram a nenhuma outra organização religiosa; nem devemos nós nos ligar também. Jesus, O Caminho para Sair da Confusão Religiosa Quando Deus deu sua lei, através de Moisés, a Israel, ele não providenciou a divisão de seu povo em seitas e partidos. Mas, na época em que Jesus veio ao mundo, as seitas e os partidos estavam bem fixados. Havia fariseus, saduceus, essênios e, sem dúvida, outros. Supunha-se que todos os que eram sérios
a respeito de religião, seriam associados a uma dessas seitas. A qual destes partidos Jesus pertenceu? Todos têm que concordar que ele não pertenceu a nenhum deles. Ele manteve sua independência; até o fim ele manteve relação com Deus sem pertencer a nenhuma seita. Por esta razão, todos se opunham a ele.
Jesus não providenciou para que seus seguidores fossem divididos em seitas e partidos. Ele, antes, desejava que pudessem ser unidos. Depois de orar por seus apóstolos, ele acrescentou:
"Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti; também sejam eles em nós…” (João 17:20-21).
Através dos anos, contudo, desenvolveram-se divisões e estas se perpetuaram pela escrita dos credos e da formação de organizações denominacionais. O resultado é que, agora, entre os seguidores que professam ser de Jesus, há muitos corpos (denominações), muitos senhores (autoridades religiosas), muita fé (credos) e muitos batismos.
Que diferente é a situação presente da unidade descrita no Novo Testamento:
"…há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Efésios 4:4-6).
Muitos, hoje em dia, lamentam a divisão entre os crentes e o desejo deles é que tal não existisse. Eles desejam a união de todas as grandes denominações e estão trabalhando diligentemente para esse fim. Mas admitem que, até que isto seja conseguido, não há nada que um indivíduo possa fazer a não ser juntar-se a uma das divisões existentes e manter um espírito bondoso e tolerante. Nada no ensinamento ou na prática de Jesus apóia esta concepção de unidade.
Jesus não se encarregou de convocar uma conferência ecumênica designada a efetuar uma fusão dos fariseus, saduceus e essênios numa super-seita. Nem orou para que seus discípulos pudessem unir-se numa super-denominação. Ele orou, antes, para que os crentes individuais se unissem nele e no Pai. Seu ensinamento foi designado para trazer indivíduos de doutrinas e tradições dos homens para a simples palavra de Deus. Através de seu ensinamento e exemplo, ele absolutamente pode ser para nós o caminho para sairmos da confusão religiosa.
A Igreja do Senhor Jesus prometeu construir sua própria igreja. Ele disse:
"…sobre esta pedra edificarei a minha igreja…” (Mateus 16:18).
Ele prometeu construir só uma igreja e ela seria dele. A rocha sobre a qual ela tinha que ser edificada não era Pedro, mas a verdade que Pedro confessou: “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Coríntios 3:11).
A palavra igreja significa “convocado”. Pregando o evangelho no dia de Pentecostes, Pedro e os outros apóstolos “convocaram” aqueles que creram em Jesus.
"Ouvindo eles estas cousas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:37-38).
"Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (Atos 2:41). Este foi o começo da igreja. Ela era composta por todos os que foram salvos por Jesus Cristo e continuou a crescer na medida em que outros eram salvos:
“…acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (Atos 2:47).
Grupos destas pessoas salvas encontravam-se em várias cidades e cada grupo era uma igreja. Ainda que unidos em Cristo, eles eram independentes de qualquer associação ou federação humana. Cristo os dirigia através de seus apóstolos inspirados, ensinando-lhes como deveriam adorar e trabalhar juntos. Para Evitar a Divisão, Seguir a Jesus Se obedecermos às mesmas instruções que Pedro deu no Pentecostes, arrependendo-nos de nossos pecados e sendo batizados em nome de Jesus Cristo, nós também seremos salvos. Quando formos salvos, o Senhor nos acrescentará à sua igreja, como acrescentou aqueles cristãos. Eles não se ligaram
a nenhuma outra organização religiosa; nem devemos nós nos ligar também.
Cristo somos unidos com todos os outros que estão nele.
Assim entrando na igreja do Senhor, teremos que estudar cuidadosamente a descrição dessa igreja no Novo Testamento. Isto é encontrado no livro de Atos e nas cartas que se seguem a ele. Desde que os apóstolos foram guiados pelo Espírito Santo, podemos ficar certos de que as igrejas sob sua instrução eram exatamente o que Jesus queria que fossem. Se imitarmos essas igrejas primitivas, o Senhor se agradará de nós.
Imitar uma igreja do Novo Testamento talvez não fosse tão difícil como se possa imaginar. Talvez você encontre um grupo independente de cristãos, seguindo o padrão do Novo Testamento, já fazendo reuniões em sua cidade. Se não, apenas dois ou três que tenham o mesmo propósito podem encontrar-se e adorar juntos de modo aceitável. Nenhum grande edifício de igreja faz-se necessário (havia igrejas no primeiro século que se reuniam nas casas S Romanos 16:5; 1 Coríntios 16:19).
Nenhum sacerdócio ordenado por homens é necessário, desde que todos os cristãos são sacerdotes (1 Pedro 2:5). Nenhum alvará de nenhuma organização é necessário, porque a única afiliação é com o corpo de Cristo. Jesus disse: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mateus 18:20).
Spor Sewell Hall
De Qual Igreja Você É?
Descobrindo a Igreja do Primeiro Século
(Atos 11:19-26)
Há dois mil anos, quando os apóstolos começaram a pregar o evangelho do Senhor pelo mundo inteiro, não existia uma variedade de “igrejas”, denominações e seitas, todas com as suas doutrinas e métodos para ganhar discípulos. De fato, Jesus e os seus apóstolos ensinaram haver uma só igreja, a qual é o corpo de Jesus, ele mesmo sendo o cabeça (veja Mateus 16:18; Efésios 1:22-23, 4:4, 5:22-23; Colossenses 1:18). Portanto, quando pessoas se convertiam, ninguém lhes perguntava, “de qual igreja você é?” – pois era óbvio que pertenciam àquela única igreja que Cristo mesmo edificou.
Muitos hoje dizem estar procurando “a igreja certa”. Para alguns isto quer dizer simplesmente um lugar onde possam se sentir bem ou confortáveis, apaziguando suas consciências com atos externos de “adoração” a Deus. Porém, para os mais honestos, esta procura é uma busca verdadeira para fazer parte da “...nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9-10).
Com o intuito honesto de descobrir a igreja edificada por Cristo, vamos viajar dois mil anos atrás para a cidade de Antioquia da Síria, onde estava chegando pela primeira vez a pregação do evangelho de Jesus. Ao lermos este relato do Espírito Santo sobre a conversão das pessoas desta cidade, prestemos bem atenção ao que aconteceu, e façamos a pergunta, “de qual igreja eram estas pessoas?”
O Que Aconteceu em Antioquia?
(Atos 11:19-20)
Depois que Estêvão foi morto em Jerusalém por pregar o evangelho (veja Atos 7:51 - 8:4), os cristãos que ali moravam se espalharam pelas regiões ao redor, levando a palavra do Senhor para lugares onde ainda não havia sido pregada.
No início estes discípulos pregavam somente aos judeus, porém alguns que eram naturais de lugares entre os gentios (“gregos”) logo começaram também a pregar aos não-judeus.
O que, exatamente, estes discípulos pregavam? Versículo 19 diz que se espalharam “anunciando...a palavra”, e versículo 20 nos ensina que estavam “anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus”. Este fato é simples e importante demais para o ignorarmos – os que saíram de Jerusalém pregavam somente a palavra, o evangelho do Senhor Jesus. Mostrando este mesmo padrão em seu ensinamento, o apóstolo Paulo disse: “decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1 Coríntios 2:2).
Qual o Resultado da Pregação
da Palavra do Senhor? (Atos 11:21-24)
A Bíblia nos afirma que ouvir a palavra é suficiente para produzir fé em pessoas a fim de salvá-las. O apóstolo Paulo escreveu aos Romanos, “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê...” e “...assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Romanos 1:16; 10:17). Pessoas que verdadeiramente querem servir a Deus junto ao povo dele não precisam ouvir de milagres ou promessas de bênçãos materiais, porém responderão com fé à simples pregação da palavra de Cristo. Vejamos o que aconteceu em Antioquia quando as pessoas responderam com fé!
Conversão ao Senhor.
Quando as pessoas honestas de Antioquia ouviram o evangelho, “crendo, se converteram ao Senhor” (Atos 11:21). Pregar o evangelho de Jesus resulta na conversão de pessoas a ele, o Senhor!
Ninguém na Bíblia jamais foi convertido à igreja. Porém, muitos hoje são. Basta ouvir uma conversa entre dois crentes, e logo alguém dirá algo assim: “Você sabia que fulano-de-tal saiu da igreja?” ou “Graças a Deus que depois de tanto tempo desviado eu voltei para a igreja!” Expressões assim mostram pessoas convertidas à igreja e não ao Senhor. O problema é que muitos que se chamam “evangelistas” saem pelas ruas anunciando muitas coisas – a igreja, o pastor, teologia, promessas de curas ou de bênçãos materiais, expulsão de demônios, etc. – mas pouca gente parece ter interesse pela pregação da palavra. O resultado disso é pessoas convertidas a estas coisas, e não ao Senhor. Para fazer parte da igreja que pertence ao Senhor, é necessário ouvir o evangelho, a palavra que fala do Senhor, para que sejamos convertidos a ele.
Firmeza no Senhor.
Boas notícias correm rapidamente, e logo a igreja em Jerusalém ficou sabendo da conversão das pessoas em Antioquia (Atos 11:22). A linguagem que descreve a igreja em Jerusalém deve chamar nossa cuidadosa atenção. Por exemplo, ela tem “ouvidos”. Também, ao mesmo tempo ela é singular – “a igreja” – e plural – “enviaram Barnabé”. O que aprendemos com isto? A palavra “igreja” na Bíblia não descreve um prédio ou uma organização (denominação), e sim pessoas. A igreja em Jerusalém simplesmente era pessoas convertidas ao Senhor que ouviram da conversão de outros e mandaram ajuda na pessoa de Barnabé.
Quando Barnabé chegou em Antioquia, ele ficou alegre ao ver a graça de Deus entre estes novos convertidos (Atos 11:23). Como é possível ver a graça de Deus?
O apóstolo Paulo escreveu: “a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus...” (Tito 2:11-13). O que Barnabé viu em
Antioquia eram pessoas que manifestavam vidas transformadas pela graça de Deus. Sua resposta era de exortar “a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor” (Atos 11:23).
Muitos têm orgulho de dizer que permanecerão sempre firmes na igreja. Vamos lembrar, porém, que a igreja é pessoas, e pessoas, mesmo boas, pode errar. Seria tolice permanecer firme em pessoas se estas não estão firmes no Senhor! Porém, quem permanece firme no Senhor não cairá mesmo se toda a igreja e os pastores caírem, pois seguirá aquele que é o verdadeiro “bom pastor” (veja João 10:27-28).
União ao Senhor.
Por causa da pregação do evangelho por Barnabé e outros em Antioquia, “muita gente se uniu ao Senhor” (Atos 11:24). De fato, o resultado de pessoas ouvindo o evangelho do Senhor, se convertendo ao Senhor,
e permanecendo no Senhor sempre será pessoas unidas ao Senhor. Este é o ponto da conversão – Deus nos oferece paz e reconciliação em Cristo para que possamos ser unidos a ele para eternidade (veja 2 Coríntios 5:18-21; João 14:1-3)!
De Qual Igreja Eram Estas Pessoas? (Atos 11:25-26)
Infelizmente, o padrão que vemos no mundo religioso hoje é bem diferente do que vimos em Antioquia. Hoje, pessoas pregam a igreja, se convertem à igreja, permanecem na igreja, e se unem à igreja. Porém, o foco de Barnabé e dos outros discípulos que espalhavam a palavra nunca era a igreja, e sim era sempre o Senhor! E o que acontece quando pessoas respondem à pregação do Senhor? “Por todo um ano, se reuniram naquela igreja e ensinaram numerosa multidão” (Atos 11:26). Ninguém pregou a igreja, mas mesmo assim o resultado da pregação foi uma igreja em Antioquia que estava ativamente ensinando a outros!
Permanece, portanto, a nossa pergunta – “de qual igreja eram estas pessoas?”
Era Católica? Batista? Presbiteriana? Mórmon? Não! Para ser uma dessas igrejas, teria sido necessário pregar e converter pessoas à doutrina de uma delas. Era uma filiada da igreja de Jerusalém? Também não! Ninguém pregou a igreja de Jerusalém, embora todos tivessem saído de lá! A doutrina não era de Jerusalém, e sim do Senhor! Então, qual igreja era? Basta dizer que era a igreja do Senhor (pois, pertence a ele!) que se reunia na cidade de Antioquia
(veja Romanos 16:1; 1 Coríntios 1:2; 1 Tessalonicenses 1:1; etc.).
E como foram chamados os membros desta igreja? Católicos? Batistas?
Presbiterianos? Mórmons? Também não! “Em Antioquia, foram os discípulos,
pela primeira vez, chamados cristãos” (Atos 11:26). Sendo pessoas que ouviram a palavra do Senhor Jesus Cristo, se converteram ao Senhor Jesus Cristo, permaneceram no Senhor Jesus Cristo, e se uniram ao Senhor Jesus Cristo, faz perfeito sentido eles terem sido chamados pelo título dele – “cristãos”. Estes não conheceram nenhuma doutrina humana para que fossem chamados por nomes e métodos humanos. Estes seguiram e serviram a Cristo.
É Possível Ter uma Igreja Igual à de Antioquia Hoje?
O problema não se resolve em ter uma igreja igual à de Antioquia, mas em ser igual. Afirmamos que isto não é somente possível, mas é essencial, pois sendo qualquer outra coisa traz a condenação de Deus (veja 2 João 9-11)! Como conseguiremos isto? A resposta é simples faremos da mesma forma que os irmãos no primeiro século o fizeram. Deixemos de procurar igrejas e filiações com denominações e doutrinas humanas, procurando em vez disso o Senhor através da palavra dele! Ao ouvir o simples evangelho, pessoas honestas se converterão, permanecerão firmes, e se unirão ao Senhor. Quando se reunirem em um só lugar para adorar o Senhor juntas, mesmo se forem só duas ou três pessoas, já será uma igreja (veja Mateus
18:20). Qual igreja será? A igreja edificada pelo Senhor, ele mesmo sendo a cabeça.De qual igreja você é?
O Modelo de Jesus para Sua Igreja
Por que há tantas igrejas? Qual é a certa, ou são todas certas? Devo participar de uma igreja para agradar a Deus? Por causa da desnorteante quantidade de opções no mundo religioso, mais e mais pessoas estão fazendo perguntas como estas.
Para responder, vamos voltar a examinar o Novo Testamento. Por enquanto, esqueça o que você sabe a respeito de religião e considere, de novo, o padrão do evangelho pregado por Cristo e seus apóstolos. Durante sua vida na terra, Jesus escolheu 12 homens, chamados apóstolos, para revelar e espalhar a mensagem depois de sua ascensão. Começando em Atos 2, estes homens pregaram e ensinaram o evangelho em Jerusalém. Logo, outros seguidores de Cristo estavam indo de lugar a lugar, ensinando a mesma mensagem.
Olhemos para a cidade de Antioquia da Síria como um modelo do que aconteceu quando pessoas receberam o evangelho lá (Atos 11:19-26). Vários cristãos foram a Antioquia. Eles pregaram o evangelho do Senhor Jesus (v. 20). Muitos foram convertidos ao Senhor (v. 21). Os novos convertidos foram exortados a permanecer no Senhor (v. 23). Como resultado, muitas pessoas foram unidas ao Senhor (v. 24). O que é ressaltado em tudo isto é, claramente, o Senhor: Pregando o Senhor, conversão ao Senhor e lealdade ao Senhor. A próxima coisa que lemos no texto é a igreja se reunindo. Evidentemente, aqueles convertidos ao Senhor reuniam-se e trabalhavam como uma igreja (congregação). Esta igreja logo recolheu dinheiro para
mandar aos irmãos pobres em outra cidade (Atos 11:27-30). Mais tarde, a igreja mandou dois de seus cinco profetas e mestres para espalhar o evangelho em outras áreas (Atos 13-14). Estes dois, Barnabé e Paulo, pregaram a Jesus em muitas outras cidades e logo, nelas também, havia igrejas (Atos 14:23). Enquanto Paulo e Barnabé, alegremente, relataram à igreja de Antioquia sobre o trabalho do Senhor durante a viagem (Atos 14:27), não há nenhuma indicação de que a igreja de Antioquia exercesse qualquer controle sobre as outras igrejas. Antes, presbíteros (também chamados bispos e pastores, na Bíblia) foram escolhidos dentro de cada uma destas congregações para supervisionarem-na (Atos 14:23). Nunca, na Bíblia, os presbíteros foram autorizados a supervisionar outra congregação além da qual foram eles selecionados (Atos 20:28; 1 Pedro 5:1-3).
Como é típico na história dos homens, algumas mudanças entraram gradativamente e desviaram os Cristãos deste modelo original. Pouco a pouco, o desenvolvimento de uma organização foi se estendendo acima das igrejas. Grupos de homens e igrejas mais importantes começaram a controlar as outras igrejas. As igrejas começaram a se tornar parte de uma hierarquia. A lealdade a Cristo foi substituída pela lealdade à “igreja”. Uma extrema reação contra este erro levou a um outro abuso do plano de Deus. Alguns decidiram que não era necessário fazer parte de qualquer congregação e tentaram servir a Deus sozinho, sem adoração ou trabalho com outros cristãos. Como podemos servir a Deus em um mundo cheio de tais desvios de sua vontade?
Voltemos
Que os homens pudessem apartar-se do padrão de Deus, não é surpresa.
Repetidamente, no Velho Testamento, o povo se extraviou de sua palavra. Em cada ocasião, profetas de Deus como Isaías (44:22; 55:6-7), Jeremias (3:12-14; 6:16; 35:15), Ezequiel (14:6; 18:30-32) e Joel (2:12-13) chamaram o povo de volta ao plano original de Deus. Cada vez que os israelitas se desviavam do padrão, homens devotos conduziam a nação a abandonar as alterações e retornar à vontade revelada por Deus. Davi (1 Crônicas 13), Ezequias (2 Crônicas 29-31), Josias (2 Reis 22-23), Esdras (9-10) e Neemias (8-10,13), todos ajudaram o povo a voltar ao plano original de Deus. Todas as vezes, a meta foi uma imitação completa do padrão
revelado.
A solução para o mundo religioso, que nestes dias está por demais extraviados da vontade de Jesus Cristo é voltar ao padrão da Bíblia. Jesus chamou a palavra de Deus de “a semente” (Lucas 8:11). Uma das qualidades interessantes da semente é que a planta que dela resulta, quando é plantada, é sempre a mesma, não importa quando ou onde ela é semeada. Se plantarmos hoje a semente pura (a palavra de Deus), conseguiremos o mesmo efeito que a palavra produziu no primeiro século.
Quando o resultado for grupos religiosos e organizações, desconhecidos no Novo Testamento, a causa é que foram semeados outros ensinamentos, além do puro evangelho.
Imagine que você e eu sejamos abandonados numa ilha desabitada. Não temos nenhum conhecimento de religião. Um dia, uma Bíblia chega à praia e começamos a lê-la, estudá-la e decidimos seguir o que ela ensina. Sem qualquer conhecimento de religião, apenas com a pura semente do evangelho plantada em nossos corações, o que faríamos? Decidiríamos seguir a Jesus em nossa vida, submetemos a seu ensinamento. Reunir-nos-íamos como uma congregação para adorar e servir ao Senhor. Talvez decidíssemos ir a outros lugares para ensinar pessoas a seguirem a Jesus. Mas que tipo de igreja decidiríamos tornar-nos? Esta questão jamais passaria pela nossa mente. Sem conhecimento das modificações humanas,
jamais pensaríamos em ser qualquer outra coisa que não fosse uma igreja de Jesus Cristo, servindo-o independentemente e seguindo seu ensinamento. Para nós, que bem sabemos das modificações que os homens têm feito no evangelho, nosso alvo deve ser igual: servir ao Senhor exatamente do mesmo modo que as Escrituras ensinam, sem seguir os erros de outros.
Princípios Básicos
Mantenha a ênfase em Cristo. Em nossa sociedade, a lealdade às igrejas toma o lugar da lealdade a Cristo. Algumas pessoas colocam a igreja acima de Jesus Cristo e servem a igreja acima de tudo. Estas pessoas pensam sobre seu serviço a Deus em termos de encontrar a igreja, juntar-se à igreja, e permanecer fiéis à igreja. Apostasia, para eles, é deixar a igreja. Em termos bíblicos, a igreja é simplesmente aqueles que estão seguindo a Jesus, a família de Deus. Nosso foco, ênfase, e lealdade são para com Cristo. Outras pessoas colocam a igreja entre Cristo e o homem, pensando nela como uma instituição através da qual Deus fala ao homem e o homem a Deus. Mas Cristo é o único mediador entre Deus e o homem (1 Timóteo 2:5). Eu não procuro Deus através da igreja; a igreja é o povo que está procurando seguir a Deus. É Cristo quem deve dominar nossas vidas, não a igreja.
Veja o lugar da igreja (congregação) no plano de Deus. Deus planejou que os cristãos haveriam de servi-lo com outros cristãos, como uma parte de um grupo de discípulos. Ele esperou que as igrejas se reunissem para adorar, juntar seus recursos para trabalhar, procurar homens qualificados para ensinar, e encorajar uns aos outros à fidelidade (Atos 2:42-47; 4:32-37; 11:26-30; 14:23; 20:7; 1
Coríntios 16:1-2; Hebreus 10:24-25; etc.). Eu sou parte de uma igreja porque Cristo ordenou. Tentar ser um cristão sozinho, sem fazer parte de uma congregação, é ignorar as instruções de quase todos os livros, desde Atos até Apocalipse, os quais foram escritos para as igrejas, ou para dar instruções sobre a determinação de Deus para as igrejas. Não podemos colocar a igreja no lugar de Cristo como Senhor. Mas, antes, em obediência a Cristo, submetermo-nos ao plano que ele revelou a respeito das atividades dos cristãos.
Evite pensamentos errados. O conceito de uma estrutura hierárquica entre igrejas penetra de tal maneira em nossa sociedade que é difícil evitar. A Bíblia não ensina o conceito de uma igreja sendo parte de um grupo de igrejas.
Assim como não devemos pensar que a igreja seja a mediadora entre o homem e Deus, não devemos pensar em alguma organização como mediadora entre a congregação e Deus. Cada igreja, que segue a Cristo, vai segui-lo diretamente, sem lealdade a qualquer grupo ou rede de igrejas.
Faça parte de uma igreja que segue o padrão da Bíblia. Já no tempo em que João escreveu o livro do Apocalipse, algumas igrejas estavam se extraviando do padrão (Apocalipse 2-3). Visto que eu não posso participar, nem encorajar práticas fora das Escrituras (Efésios 5:11; 2 Coríntios 6:14-7:1; 2 João 9-11), eu também não posso fazer parte de uma igreja que não é fiel à palavra de Deus. Graças a Deus, temos, ainda, a semente pura. É possível a uma igreja seguir
a palavra de Deus e voltar ao caminho de Deus, como os israelitas fizeram em muitas ocasiões. É ainda possível para indivíduos se reunirem e começarem uma igreja conforme a vontade de Deus. Os apelos e exemplos de muitos homens de Deus foram relatados na Bíblia, para nos ensinar e nos motivar a seguir o caminho de volta ao padrão do Senhor.
Voltemos e sirvamos a Deus exatamente como os cristãos o fez no primeiro século.
Spor Gary Fisher
Restaurando as
Igrejas do Novo Testamento
Tem havido muitos esforços de “restauração” desde que os apóstolos saíram pregando. Estes esforços surgiram mais freqüentemente quando as pessoas perceberam que as igrejas que declaravam ligação com Cristo tinham se deixado levar para longe dos ensinamentos dele. Elas foram vistas como tendo cessado de ser o que o evangelho exigia delas e, ainda que permanecessem de portas abertas no mesmo ponto, a “mercadoria” tinha sido radicalmente alterada.
A presença do Novo Testamento no mundo tem continuado como uma lembrança perturbadora de como se esperava que as coisas fossem “no começo” e como deveriam ser ainda. Por isso, sempre e onde quer que a Bíblia comece a ser levada a sério entre os cristãos nominais, pode-se esperar que alguém diga, com preocupação: “Deixamo-nos levar para longe do Senhor e é necessário que retornemos à sua palavra.”
A idéia da restauração não é estranha à Bíblia. Ela presume duas coisas: que há um padrão imutável pelo qual se espera que o povo de Deus opere e que um afastamento desse padrão exige arrependimento e retorno.
Jeová deu um modelo de vida e de adoração a Israel no Monte Sinai. O projeto para a “tenda da congregação” foi minuciosamente pormenorizado e esperava-se que não houvesse desvio dele, uma vez que era uma expressão da sabedoria de Deus (Êxodo 25:9; 40:16). Exatamente assim, de modo cuidadoso e fiel, o Senhor queria que seus estatutos fossem guardados. Ele queria um povo que O amasse absolutamente (Deuteronômio 6:4-5) e manifestasse esse amor guardando todos os seus mandamentos sempre (5:29) sem alteração (4:2) e sem desvio (5:32). Estes
mandamentos envolviam pureza moral e justiça, e também a adoração e o arranjo de seu povo para essa adoração. Os israelitas foram punidos por causa da imoralidade (Números 25) e por causa dos desvios das ordenanças referentes à adoração e ordem (Números 15:32-36; Levítico 10:1-2; Números 16).
A história de Israel é uma história de contínuos afastamentos da lei de Deus (Atos 7:51-53) e de apelos semelhantes repetidos por profetas de Deus para que retornassem (Jeremias 3:22; 6:16). Quando o povo era restaurado na fidelidade, era sempre o resultado de seu redescobrimento da palavra de Deus e uma reaplicação de seus princípios às suas vidas. Assim, foi nos dias do Rei Josias de Judá (2 Reis 22,23). Naturalmente, com muita freqüência, os apelos dos profetas eram rejeitados pela maioria, mas sempre havia um restante que respondia (Romanos 9:27).
Comentando sobre estes eventos, o apóstolo Paulo diz: “Estas cousas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado” (1 Coríntios 10:11).
Nesta última era da história humana, Deus nos deu, não por profetas, mas por seu próprio Filho, um modelo da verdade que é calculado não somente para redimir as almas dos homens perdidos, mas para governar sua vida e serviço, como seu povo.
Não era por acidente que os discípulos do Senhor se reuniam em congregações locais chamadas igrejas (1 Coríntios 11:16; Romanos 16:16) ou que elas eram semelhantes em suas formas de adoração e organização (Hebreus 10:24-25; Atos 20:7; 1 Coríntios 16:1-2; Atos 2:42; Efésios 5:19). O Salvador tinha entregue toda a verdade aos apóstolos (João 16:13); os apóstolos tinham-na ensinado (Atos 20:26-27) e a igreja tinha-a seguido (2:42). Os apóstolos não variavam seus ensinamentos de acordo com suas tendências ou os desejos de seus ouvintes, mas, guiados pelo Espírito Santo, ensinavam a mesma coisa “por toda parte,…em todas as igrejas” (1 Coríntios 4:17;7:17). Paulo fala da forma ou modelo deste ensinamento (Romanos 6:17) e insiste com Timóteo para que mantenha “o padrão das sãs palavras que de mim ouviste” (2 Timóteo 1:13) e as confie a outros homens fiéis (2:2). Quando homens ou igrejas se desviaram desse modelo, foram reprovadas e chamadas ao arrependimento (Apocalipse 2:1-5,14-16; 3:1-3).
Pedro nos assegura que a palavra do evangelho que eles pregavam permaneceria para sempre verdadeira (1 Pedro 1:25). É por esta razão que procuramos restaurar as igrejas concordando com o padrão do Novo Testamento no século vinte, sendo nós mesmos restaurados no caminho do Senhor e convidando outros a fazerem o mesmo. Mesmo que muitos não estejam fazendo isso, não será fracasso para aqueles que estão fazendo. Ainda que eles sejam apenas um restante, o Senhor sempre terá seu povo (Romanos 11:5).
Spor Paul Earnhart
O Que é a Igreja?
Igreja. Vemos esta palavra por toda a parte. Algumas pessoas usam “igreja” para descrever um belo edifício no centro de uma praça proeminente. Outros a usam para descrever uma organização religiosa mundial, completa com regiões, distritos e dioceses. As definições confusas de igreja, em nosso tempo, muitas vezes vedam o significado original desta palavra quando aplicada, no Novo Testamento, ao povo de Deus. Neste artigo, examinaremos brevemente o significado de “igreja” na Bíblia.
Igreja: O Que Significa?
Igreja é um edifício construído com blocos e cimento? Não. É um edifício construído com pedras vivas. ?Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por
intermédio de Jesus Cristo”(1 Pedro 2:5). Estas pedras vivas são chamadas santos e são membros da família de Deus: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito” (Efésios 2:19-22). A palavra grega traduzida como “igreja” significa, literalmente, “chamado para fora” e assim refere-se a um grupo de pessoas chamadas para saírem do pecado no mundo e servirem ao Senhor. A igreja não é nenhum tipo de instituição ou objeto impessoal. É um corpo constituído de componentes vivos. Como um organismo vivo, a igreja pode sentir medo (Atos 5:11), pode orar (Atos 12:5) e pode falar
(Mateus 18:17). Pessoas que são chamadas para saírem do pecado não continuam participando do mal no mundo, porque elas estão santificadas ou separadas do pecado (estude João 17:14-23; Colossenses 1:13; 1 Pedro 2:9; 1 João 4:5-6). Deus chama o povo para deixar o mal deste mundo através da mensagem do evangelho (2 Tessalonicenses 2:13-14). Aqueles que são convertidos verdadeiramente a Cristo são chamados santos (1 Coríntios 1:2; Colossenses 1:1-2).
Entender o conceito bíblico de igreja como um corpo de pessoas chamadas para fora do pecado, para serem santos, ajuda-nos a apreciar a riqueza da descrição de Paulo da “Igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (Atos 20:28). Jesus não morreu para comprar terra e edifícios, nem para estabelecer alguma instituição. Ele morreu para comprar as almas dos homens e mulheres que estavam mortos no pecado, mas que agora têm salvação e esperança de vida eterna (Romanos 5:8; 1 Coríntios 6:19-20).
A Igreja Universal e a Igreja Local
Algumas vezes a Bíblia usa a palavra “igreja” no sentido universal, isto é, para falar de todo o povo que pertence a Cristo, não importa de onde ele possa ser.
Jesus falou da igreja deste modo: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). Ele não está falando apenas de uma congregação local, nem está falando de uma organização ou instituição mundial.
Ele está falando de pessoas, pedras vivas, construídas sobre Jesus Cristo, a fundação sólida. Paulo falou da igreja, neste mesmo sentido universal, quando escreveu: “...Cristo é o cabeça da Igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo” (Efésios 5:23). Jesus é o cabeça sobre todos aqueles que o servem, todos aqueles lavados e purificados de seus pecados (Efésios 5:26).
Freqüentemente, a palavra “igreja” é usada para descrever uma congregação local ou assembléia de santos. Note uns poucos exemplos: “…à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos…” (1 Coríntios 1:2); “E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano” (Mateus 18:17); “...saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles.” (Romanos 16:5). Igrejas locais são o resultado da pregação do evangelho.
Quando as pessoas obedecem à palavra e se tornam cristãs, elas começam a reunir-se com outros irmãos na fé.
A Igreja: Organismo, não Organização
A igreja é uma organização? Muitas pessoas têm a noção errada de que a igreja é uma organização ou instituição, independente do povo que compõe a igreja.
Este não é o conceito bíblico de igreja. Jesus não morreu para estabelecer uma instituição, mas para salvar o povo do pecado (Atos 20:28; 1 Coríntios 6:20). Jesus e o Pai não habitam numa organização, mas no povo que os obedece (João 14:15, 23).
Em vez de falar de uma organização, a Bíblia descreve a igreja como um corpo composto de membros vivos (Romanos 12:4-5; 1 Coríntios 12:12-27; Colossenses 1:8, 24; Efésios 5:23). Estes membros do corpo são “blocos” ou “pedras” usados na construção da igreja (1 Coríntios 3:10-15).
Muitas pessoas sugerem que a “igreja universal” é constituída de todas as congregações locais no mundo. Isto não é um conceito bíblico. Uma igreja local consiste de cristãos que se reúnem num determinado lugar. Eles podem ser identificados e contados (Romanos 16:14, 15; 1 Coríntios 16:19; Colossenses 4:15). A igreja universal consiste de todos os discípulos de Cristo em todo o mundo. Nenhum homem é capaz de identificar e contar todos os membros deste
corpo universal. Tentativas de contar todos os verdadeiros cristãos em uma nação ou no mundo ilustram a ignorância e a vaidade dos homens. Somente Deus pode contar e identificar seus “primogênitos arrolados nos céus” (Hebreus 12:23).
Descrições Bíblicas da Igreja que Pertence a Jesus
A Bíblia não usa um nome exclusivo para a igreja. É errado, portanto, insistirmos num único nome que todas as igrejas fiéis tenham que usar. Muitas passagens falam simplesmente da igreja, algumas vezes identificando o local (cidade ou casa) onde o grupo de cristãos se reunia. Portanto, podemos nos referir à igreja simplesmente como “a igreja” (Atos 8:1; 9:31; Romanos 16:1).
Freqüentemente, as descrições da igreja no Novo Testamento mostram a relação que existe entre o Senhor e sua igreja. A igreja pertence a Deus, e é, muitas vezes, chamada “a Igreja de Deus” (veja Atos 20:28; 1 Coríntios 1:2; 10:32; Gálatas 1:13; 1 Timóteo 3:5,15). Jesus derramou seu sangue para comprar a igreja. Portanto, Paulo falou de “igrejas de Cristo” (Romanos 16:16) e Jesus falou de sua própria igreja (Mateus 16:18). O povo de Deus pode ser corretamente descrito como a “igreja dos primogênitos arrolados nos céus” (Hebreus 12:23).
Consideremos o significado de descrições bíblicas comuns da igreja.
O Corpo de Cristo (Colossenses 1:24; Efésios 1:22-23; 4:12). Assim como o corpo humano não pode sobreviver separado da cabeça, não podemos viver sem nossa cabeça, Jesus Cristo (Efésios 5:23; Colossenses 1:18). Discípulos de Jesus são membros do corpo (Romanos 12:4-5; 1 Coríntios 12:12-27; Efésios 3:6; 4:16; 5:30).
O Reino de Deus ou Reino dos Céus (Mateus 3:2; 4:17; Lucas 4:43; Atos 8:12; 19:8; 20:25; 28:23,31). A idéia de reino ressalta a posição de autoridade do rei (veja 1 Coríntios 4:20; Hebreus 1:8; 12:28-29; Mateus 28:18-20; Apocalipse 12:10).
O reino de Cristo não é deste mundo (João 18:36). Em vez de ser uma entidade política e mundana, a igreja é um reino espiritual assentado no caráter santo de Deus. Podemos entrar no reino somente quando formos transformados espiritualmente (Colossenses 1:13). Como servos do Rei, temos que desenvolver as características espirituais de nosso Senhor (Tiago 2:5), incluindo sua humildade, inocência (Marcos 10:14-15) e santidade (1 Coríntios 6:9-10; Gálatas 5:19-21).
A Casa de Deus (1 Timóteo 3:15) não é um edifício material, mas o santuário e a habitação do Senhor (Efésios 2:21-22). É um edifício espiritual (1 Pedro 2:5).
O Rebanho de Deus (Atos 20:28). Jesus é o bom pastor que deu sua vida pelas ovelhas (João 10:11). As ovelhas ouvem sua voz e o seguem para receber a vida eterna (João 10:27-28).
Nomes Humanos Causam Divisão
A divisão religiosa em nossa sociedade é vergonhosa. Muitas pessoas estão confusas num mundo com muitos nomes diferentes de igrejas. Alguns destes nomes honram certos homens, enquanto outros ressaltam pontos doutrinários específicos.
A unidade dos salvos é baseada no nome e na doutrina de Cristo. Devemos fazer tudo pela autoridade de Jesus ou em seu nome (Colossenses 3:17). “Não há salvação em nenhum outro...nome...” (Atos 4:12). Esta unidade é possível somente quando falamos e pensamos a mesma coisa, que é a doutrina de Cristo (1 Coríntios 1:10). Quando os homens começam a seguir outros homens, perdem a unidade com Cristo e seu povo (1 Coríntios 1:11-13). Divisões e contendas acontecem na igreja, em parte, porque algumas pessoas se identificam somente
com nomes humanos. Paulo argumentou que devemos identificar-nos somente com o Senhor que servimos. Jesus foi crucificado por nós e somos batizados em seu nome. Jesus, e não homens merecem nossa dedicação e honra. Os verdadeiros seguidores de Deus fazem parte da igreja que pertence a Jesus.
Spor Dennis Allan
O Que é uma Igreja Local?
A expressão “igreja local” não é encontrada nas Escrituras, mas veio a ter largo uso de modo a distinguir os diferentes significados da palavra igreja (do grego, ekklesia) como aparece no Novo Testamento.
Os escritores do Novo Testamento tomaram uma palavra usada no mundo grego para descrever um ajuntamento de cidadãos convocados a se reunirem para fazer o negócio do Estado e aplicada a pessoas convocadas por Deus para fazerem o negócio do céu. A idéia de um povo “convocado” ou “chamado para fora” servia perfeitamente ao conceito bíblico de um povo a quem Deus “chamou das trevas, para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9).
O uso mais adequado da palavra igreja em nossa Bíblia tem referência com todos os que responderam ao chamado do evangelho (2 Tessalonicenses 2:14) e entraram numa nova relação com Deus. O movimento que eles fizeram não é espacial, mas espiritual. Eles, pela fé, deixaram o mundo de valores tenebrosos e vieram para a luz do Filho de Deus (Colossenses 1:13). É neste sentido que Jesus fala da igreja em Mateus 16:18 e também Paulo em Atos 20:28 e Efésios 5:25.
É muito importante entender que o chamado de Deus é um chamado individual e pessoal. O povo chamado pode ser “de toda tribo, língua, povo e nação” (Apocalipse 5:9), mas não vem a Cristo em grupos. A escolha de deixar as trevas e 16 A Igreja Local no Novo Testamento
caminhar na luz é muito pessoal. Temos que chegar ao Senhor individualmente.
Não há ninguém mais que seja parte do pacto que fazemos com ele. Se nenhuma outra alma na terra reconhecer Jesus Cristo como Senhor, nosso compromisso com ele permanece o mesmo.
Isto então é onde a igreja de Deus (o povo convocado que pertence a Deus) começa, com o compromisso pessoal de indivíduos por toda a parte que respondem em fé ao chamado de Deus no evangelho (Efésios 1:13). Assim, eles foram chamados no Pentecostes, quando o evangelho foi pregado inicialmente, um por um, arrependendo-se de seus pecados e sendo batizados em nome de Jesus para a remissão dos mesmos (Atos 2:38,41). E assim sempre foi, desde então, um por um, comprometendo-se com Cristo e sendo chamados “cristãos” segundo aquele
que é o centro de suas vidas (Atos 11:20-26).
Esta grande família de todo o povo de Deus nunca está destinada nesta vida a ser reunida em um lugar ou a conhecer uns aos outros como um todo, mas todos foram “batizados em um corpo” (1 Coríntios 12:13). Eles são a “universal assembléia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus” (Hebreus 12:22- 23). Para este corpo universal de crentes não há sede terrestre (Colossenses 1:18) para arrastá-los para entidades nacionais ou internacionais para que possam funcionar como uma unidade. No entanto, eles eram e são filhos do mesmo Pai,
irmãos e irmãs em Cristo. Quase tudo que fazemos no serviço do Senhor será feito como discípulos individuais na busca da vida diária, onde cumprimos nossas obrigações para com nossas famílias (Efésios 5:22 - 6:4), para com nossos empregadores (6:6-9), para com o
governo (1 Pedro 2:13-17), para com nossos inimigos (Mateus 5:43-48; Romanos 12:17-21), para com os pobres (Efésios 4:28; Tiago 1:27) e especialmente para com os homens e mulheres ainda perdidos (Mateus 28:19-20; Atos 8:4). Tudo isto será liberalmente “aspergido” com oração particular (Filipenses 4:6-7), estudo bíblico (Colossenses 3:16), e, em determinada ocasião, cânticos espirituais (Tiago 5:13).
Contudo, vitais como os deveres individuais em Cristo são, há algumas coisas que o Senhor espera que seu povo cumpra junto com outros cristãos. É este “junto”, ou trabalho de equipe, que se expressa nas igrejas locais S grupos de discípulos que funcionam juntos em lugares particulares (1 Coríntios 1:2; 11:16; Romanos 16:16; 1 Tessalonicenses 1:1; Apocalipse 1:4). Diferente do corpo universal de crentes que não tem organização, estas igrejas locais são organizadas para o propósito de ação coletiva. Elas são associações voluntárias de discípulos formadas por acordo mútuo (Atos 9:26-28) que têm uma direção comum (Atos 14:23; 20:28), um tesouro comum (1 Coríntios 16:1-2; Atos 4:34-35) e trabalho divinamente ordenado para
fazer (Atos 2:42; 20:7; Hebreus 10:24-25; Efésios 5:19; Atos 4:34-38; 1 Coríntios 16:1-2; Filipenses 4:15-16). Estas assembléias locais têm obra importante a cumprir na educação dos novos discípulos para uma espiritualidade madura e serviço frutífero (Efésios 4:11-13), mas nunca foram pensadas para serem o instrumento coordenador pelo qual todos, ou a maioria dos deveres do povo de Deus, são atendidos. Paulo adverte Timóteo contra este conceito errado quando se tratasse do problema das viúvas necessitadas entre os santos: “Se alguma crente tem viúvas em sua família, socorra-as, e não fique sobrecarregada a igreja, para que esta possa socorrer as que são verdadeiramente viúvas” (1 Timóteo 5:16).
É uma das tristezas de nosso tempo que igrejas locais tenham se tornado centros políticos, sociais e recreativos e, por isso, despojadas de seu poder para trazer força espiritual e para educar os santos.
Mas como distinguirmos entre a obra das igrejas locais e a obra dos cristãos individuais? Isto não é difícil quando procuramos indicação clara nas Escrituras para que a obra a ser feita seja feita coletivamente. Como membros do grande corpo dos redimidos, glorificamos a Deus em tudo o que fazemos como discípulos individuais (Efésios 3:21) e no trabalho que fazemos juntos nas igrejas locais.
Spor Paul Earnhart
Junto com Cristo e Seus Seguidores:
Como Fazer Parte da Igreja do Senhor
Rebanho. Corpo. Igreja. Estas e outras palavras usadas na Bíblia para descrever o povo de Deus são termos coletivos. Um rebanho é um grupo de ovelhas. Um corpo é uma junção de membros: braços, pernas, olhos, ouvidos, etc. Uma igreja é uma assembléia de pessoas. Pelas próprias palavras que Deus usa para descrever seu povo, ele mostra que as pessoas não estão sozinhas. O Novo Testamento freqüentemente se refere à igreja do Senhor, seja no indicando um conjunto universal de todas as pessoas que pertencem a Deus (veja Hebreus 12:22- 23), ou indicando um grupo funcional de discípulos, num determinado local (veja Coríntios 1:1-2). Enquanto a Bíblia fala freqüentemente de nossas responsabilidades em obedecer a Deus, não podemos descrever a vida e serviço de um cristão sem ver sua relação com outros discípulos. Como posso fazer parte da igreja do Senhor?
Membros do Corpo de Cristo
Paulo fala da exaltada posição de Cristo, como cabeça do corpo que é a igreja (Colossenses 1:17-18). Na mesma carta, ele adverte contra o perigo de se tornar desligado da cabeça: “... e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus” (Colossenses 2:19). Os membros do corpo de Cristo estão sujeitos ao cabeça (Efésios 5:23, 24,30).
Como os membros do corpo se tornam ligados uns aos outros e a Cristo? Aqueles que demonstram sua fé obediente no arrependimento e no batismo entram em comunhão com Cristo. “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados...” (Atos 2:38).
“Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes...
porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gálatas 3:26-28). Deus continua a fazer como fez quando os apóstolos começaram a pregar o evangelho:
“Enquanto isso hes acrescentava o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (Atos 2:47). Quando nos submetemos verdadeiramente a Cristo em obediência ao evangelho, ele nos acrescenta ao seu corpo espiritual, que é a igreja. Quando pertencemos a Cristo, gozamos de privilégios especiais. O Pai, o Filho e o Espírito Santo habitam em nós (João 14:23; 1 Coríntios 6:19-20; Mateus 28:18-20). Esta é uma relação especial, que é impossível quando estamos em pecado. No Velho Testamento, Deus recusava habitar com os israelitas quando eles abandonavam sua palavra (Êxodo 33:3; Ezequiel 8:6; 9:9; 10:18). Hoje, ele habita com aqueles que estão apartados do pecado (2 Coríntios 6:16 - 7:1), e recusa permanecer com aqueles que não respeitam sua palavra (2 João 1:5-10; 2:3-6).
Discípulos Servindo Juntos numa Igreja Local
Já observamos que aqueles que obedecem ao Senhor e entram em comunhão com Cristo são membros de seu corpo. A Bíblia também mostra que aqueles seguidores têm que cooperar com outros cristãos numa igreja local.
Consideremos alguns exemplos do que o Novo Testamento ensina sobre nossa relação com outros numa igreja local.
Temos que nos reunir com outros seguidores de Cristo. Hebreus 10:24-25 diz: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.” Estes versículos mostram que a reunião é necessária para
nosso crescimento espiritual e para a edificação de outros. Exemplo do crescimento das igrejas locais no livro de Atos destaca a sabedoria do plano perfeito de Deus. Aqueles que foram chamados para deixar as práticas pecaminosas do mundo associaram-se para servir ao Senhor e fortalecer uns aos outros. Os primeiros cristãos “... perseveravam na doutrina dos apóstolos e
na comunhão, no partir do pão e nas orações.” “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.” “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus ...” (Atos 2:42-47). Estes cristãos primitivos oravam juntos (Atos 4:23-31). Eles compartilhavam seus bens materiais para ajudar os pobres entre eles ( Atos 4:32-37). Eles cantavam para adorar a Deus e para edificarem uns aos outros (Colossenses 3:16; Efésios 5:19). Discípulos numa igreja local juntaram-se para discutirem seu trabalho (Atos 6:1-7; 15:22) e para participar da ceia do Senhor (Atos 20:7). Nestas ocasiões, pregavam o evangelho para edificação dos irmãos
(Atos 20:7) e davam voluntariamente de sua prosperidade financeira para cumprir a obra de Deus atribuída a eles (1 Coríntios 16:1-2; 2 Coríntios 9:6-7).
Quando o evangelho se espalhou e mais pessoas obedeceram a Jesus, tais igrejas locais começaram a adorar e a trabalhar em conjunto para o Senhor em muitos lugares. Lemos na Bíblia sobre igrejas em Jerusalém, Samaria, Antioquia, Corinto, Éfeso, Filipos, etc. Conforme cresciam, estas congregações escolhiam presbíteros para guiá-las e diáconos para auxiliá-las (Atos 14:23; Filipenses 1:1; Tito 1:5-9; 1 Timóteo 3:1-13). Evangelistas ajudavam na edificação dos discípulos (2 Timóteo 4:1-5; Tito 1:5; Efésios 4:11-12). Esperava-se que cada pessoa fizesse sua parte para ajudar outras a crescerem (Efésios 4:15-16).
Continuando em Comunhão com a Igreja Local
A relação entre os cristãos é baseada na fidelidade de cada um a Deus (1 João 1:5-10). Uma pessoa pode perder esta comunhão ao retornar ao pecado.
Simão tropeçou logo depois de sua conversão, mas arrependeu-se quando Pedro o repreendeu (Atos 8:18-24). Pessoas que retornam à Lei do Velho Testamento negam o valor do sacrifício de Cristo e decaem da graça (Gálatas 5:4).
Pedro nos conta que um cristão que retorna ao pecado está em pior estado do que aquele que nunca conheceu Cristo (2 Pedro 2:21-22).
Quando outros cristãos vêem que um irmão caiu no pecado, eles devem tentar recuperá-lo (Gálatas 6:1; Tiago 5:19-20). Se ele recusar a se arrepender, pode ser rejeitado pela igreja (Mateus 18:15-18; 1 Coríntios 5:1-13; 2 Tessalonicenses 3:6-15). Quando seguimos estes princípios revelados por Deus, as igrejas locais serão grupos de pessoas verdadeiramente santificadas do pecado e dedicadas ao Senhor.
Para glorificar a Deus, precisamos construir sobre o fundamento que ele escolheu de acordo com o plano que ele revelou (1 Coríntios 3:10-11).
Evitando Erros Comuns
A falta de entendimento destes princípios bíblicos tem como resultado muitas idéias e práticas erradas. Considere alguns erros comuns: Cristãos sem uma igreja. Muitas pessoas afirmam que mantêm sozinhas uma relação harmoniosa com Deus, e que não necessitam de servir numa igreja local para agradarem a Deus. Tal atitude reflete um desrespeito arrogante ao que a Bíblia ensina. Somos mandados a congregar-nos (Hebreus 10h24min-25). Desobedecer este mandamento é pecar contra o Senhor.
Todas as igrejas são iguais. Algumas pessoas entendem que deveriam estar juntas com outras pessoas na igreja, mas dizem que não importa qual igreja. Elas toleram falsas doutrinas e práticas não autorizadas na Bíblia, pensando que Deus não as responsabilizará por tais erros. Mas isto não é o que as Escrituras ensinam.
Paulo escreveu: “Não te tornes cúmplice de pecados de outrem. Conserva-te a ti mesmo puro” (um Timóteo 05h22min). Algumas vezes, uma pessoa defenderá sua participação numa igreja que pratica o erro comentando que “não há igreja perfeita”. Uma vez que a igreja é um conjunto de seres humanos imperfeitos, é óbvio que não encontraremos uma igreja perfeita em nenhum lugar da terra. Temos que edificar-nos uns aos outros para superarmos nossas faltas pessoais. Isto não significa, contudo, que podemos participar do pecado continuando numa igreja que
Ensine erro ou pratica, coletivamente, coisas que Deus não aprovou. “E não sejam cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as” (Efésios 5:11).
Comunhão com pessoas não salvas. Muitas igrejas hoje em dia negligenciam o ensino da Bíblia sobre a salvação. A Bíblia mostra claramente a necessidade da fé e do arrependimento, seguidos pela imersão em água para remissão dos pecados (Marcos 16:6; Atos 2:38; 22:16; etc.). Uma pessoa que não tem obedecido estas instruções não está em ligação com Cristo, nem com os verdadeiros seguidores de Cristo. Não é possível a um cristão estar em comunhão com pessoas não salvas. Os verdadeiros discípulos de Cristo não permanecerão em igrejas que ensinem o erro em matéria de salvação.
Não é problema meu! A Bíblia diz: “Julgai todas as cousas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal” (1 Tessalonicenses 5:21-22).
Algumas pessoas ignoram esta responsabilidade pessoal dizendo que um pastor, ou outro “líder” da igreja, é o responsável pelo que a igreja faz. É verdade que os pastores prestarão contas (Hebreus 13:17) e que professores receberão “maior juízo” (Tiago 3:1). Mas Jesus também advertiu contra o perigo de seguir falsos professores: “Ora, se um cego guiar outro cego, cairá ambos no barranco” (Mateus 15:14).
Conclusão
Se você verdadeiramente deseja servir a Cristo, você precisa primeiro certificar-se de que têm obedecido plenamente seus mandamentos para entrar em comunhão com ele. Então você precisa procurar servir junto com outros que seguem cuidadosamente sua palavra. “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Colossenses 3:17).
Spor Dennis Allan
A Adoração na Igreja Local
Se você for um cristão, o Senhor o acrescentou a sua igreja (Atos 2:47). Todos os que foram salvos fazem parte desta igreja (Efésios 5:23). Mas esta é a igreja universal, e ela nunca se reúne para adoração. É possível reunir-nos para adoração numa igreja local. A sabedoria de Deus viu ser apropriado ordenar aos cristãos que “se juntassem” para o propósito de adorá-Lo (Atos 20:7; 1 Coríntios 14:23,26). Ele até nos adverte a não deixarmos de nos reunir (Hebreus 10:25).
O Objeto de Nossa Adoração
Todas as vezes que os cristãos se congregam para adoração, precisamos perceber que ali estamos para adorar a Deus. Deus quer verdadeiros adoradores que queiram honrá-lo “em espírito e em verdade” (João 4:23-24). Não nos reunirmos para diversão. Ali estamos para louvar a Deus e edificarmos uns aos outros. As atividades da adoração (que seguem abaixo) são
importantes, mas nada é mais importante do que a atitude de nossos corações e mentes quando nos empenhamos nestas atividades. Precisamos ser cuidadosos para que nossos atos públicos de adoração não se tornem uma “exibição” que deprecia o louvor a Deus. Os homens não devem ser adorados, Deus sim.
As Atividades de Adoração
Que fazemos quando nos reunimos para adorar a Deus em uma igreja local? Só há duas possibilidades; ou fazemos o que nós queremos ou o que Deus diz.
Os verdadeiros cristãos farão somente o que Deus diz em sua palavra. Jesus advertiu sobre aqueles que adoram a Deus em vão, “ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mateus 15:8-9). Queimamos incenso? Fazemos um festival de rock? Não, as atividades de adoração precisam consistir do que Deus quer; elas precisam ser modeladas de acordo com as atividades aprovadas das igrejas locais do Novo Testamento. O que eles faziam? ì Eles cantavam (Colossenses 3:16; Efésios 5:19). Há somente dois tipos de música: vocal e
instrumental. Deus especificou que a igreja deve cantar. Este é o único tipo de música dada no plano de Deus. Eles oravam (Efésios 6:18; 1 Timóteo 2:1,8; Atos 2:42). Deus é honrado quando os homens elevam seus corações e suas vozes a ele em oração. E mais, o homem não pode receber maior bênção de seus irmãos do que a dádiva que recebe quando as orações coletivas da igreja local são enviadas para o céu (Atos 12:5; 2 Coríntios 1:11). Eles ceavam (Atos 20:7; 1 Coríntios 11:17-34; 10:16). Os cristãos primitivos participavam da Ceia do Senhor em memória dele todo primeiro dia da semana. Eles ouviam a palavra de Deus (Atos
20:7; 1 Coríntios 14:19). Ensinamento, leitura, e pregação da palavra de Deus aconteciam. Eles contribuíam (1 Coríntios 16:1-2; Atos 2:42). Esta era uma oferta voluntária da parte dos membros para que a obra do Senhor pudesse ser feita.
Estas eram as atividades de adoração nas igrejas locais do Novo Testamento. As Escrituras não revelam que eles praticassem mais nada. Sendo este o caso, não podemos praticar mais do que isto numa igreja local de hoje.
Onde Eu Adoro?
Os cristãos deverão desejar ter comunhão e adorar com igrejas fiéis. Não há igrejas locais perfeitas, mas há igrejas cuja direção e membros estão empenhados em seguir o modelo do Novo Testamento. Devo adorar com uma igreja como essa. Não posso conscientemente ser parte de uma “equipe” (igreja local) que viola o modelo de Deus para o trabalho e a adoração da igreja local. Alguns têm tentado fazer uma lista de igrejas fiéis. Posso apreciar a intenção
de tal esforço, mas tenho algumas reservas quanto a isso. Primeiro, permanece o fato que nenhum homem ou grupo de homens pode preparar uma lista acurada; segundo, elaborar uma lista de “igrejas aprovadas” poderia tender facilmente para um conceito denominacional da igreja local.
Conclusão
As experiências mais ricas de nossa vida virão, provavelmente, porque pertencemos a uma igreja local. O grande amor de Deus e a sabedoria dele são vistos neste arranjo. Determine que você fará a adoração na igreja local, onde você está, tudo o que Deus quer. Aperte as mãos de seus irmãos, levante sua voz em louvor e adoração ao Pai, glorifique seu Filho, adore-o em espírito e verdade!
Spor Brent Lewis
O Ensinamento da Verdade:
A Responsabilidade da Igreja
Uma igreja que realmente se preocupa em agradar a Deus valorizará a verdade e dará importância à divulgação da palavra do Senhor. Igrejas que procuram agradar aos homens, satisfazendo todas as necessidades materiais, emocionais e sociais deles, tendem a minimizar a importância da pregação da verdade.
Inventam suas próprias doutrinas ou adaptam a doutrina de Cristo para manter-se atualizadas e conformadas às preferências da sociedade.
Como a igreja deve olhar para a palavra de Deus? Qual o papel de uma igreja fiel no ensinamento do evangelho?
A Palavra do Senhor é a
Base da Comunhão com Deus
Qualquer igreja que negligencia o ensinamento das Escrituras desrespeita o Senhor que as revelou. A palavra de Deus é a semente que produz o fruto agradável ao Senhor (Lucas 8:11,15). Paulo descreve o evangelho como o poder de Deus para salvar (Romanos 1:16). Jesus incentivou seus ouvintes a conhecerem a verdade, pois ela nos liberta do pecado: “Se vós permanecerdes na minha palavra é verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:31-32). É somente por meio do evangelho que entramos no corpo de Cristo (Efésios 3:6).
A palavra do Senhor nos santifica e é a base da união que existe entre os verdadeiros discípulos de Cristo. Jesus orou ao Pai em favor dos seus seguidores: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que seja um, como nós o somos; eu neles, e tu em
mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.” (João 17:17-23).
Uma vez que entramos em comunhão com o Senhor, a palavra dele continua indispensável. As Escrituras fornecem tudo o que nós precisamos para estarmos equipados para servir a Deus (2 Timóteo 3:16-17). Para manter a comunhão com Cristo, precisamos permanecer na doutrina dele: “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho” (2 João 9; cf. 1 Coríntios 4:6; 1 João 2:3-4). O amor da verdade nos protege dos enganadores (2 Tessalonicenses 2:9-12).
A Igreja Ensina a Palavra
Paulo disse que a igreja de Deus é coluna e baluarte da verdade (1 Timóteo 3:15). Reconhecendo seu papel na divulgação do evangelho, as igrejas no Novo
Testamento sustentava os obreiros que ensinavam o evangelho (1 Coríntios 9:11-14; 2 Coríntios 11:8; Filipenses 4:15-18; 1 Timóteo 5:17-18). Além de 24 A Igreja Local no Novo Testamento sustentar evangelistas para levar a palavra a outros lugares, a igreja deve ser ativa no ensinamento das pessoas ao seu redor. A igreja dos tessalonicenses deu um excelente exemplo neste trabalho de divulgação do evangelho: “Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não só na Macedônia e Acaia, mas também por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos necessidade de acrescentar coisa alguma” (1 Tessalonicenses 1:8).
Os presbíteros (pastores/bispos) são responsáveis pela alimentação espiritual do rebanho: “Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho” (1 Pedro 5:1-3; cf. Atos 20:28; Efésios 4:11; Tito 1:9). Os pregadores (evangelistas) são obrigados a pregar somente a verdade:. Paulo disse a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes
deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1 Timóteo 4:16; cf. 2 Timóteo 4:1-5). Uma igreja tem a responsabilidade de examinar todas as doutrinas e de rejeitar as falsas (1 João 4:1). Jesus elogiou os efésios por sua preocupação em rejeitar falsos mestres, e criticou a igreja em Pérgamo por sua tolerância dos mesmos (Apocalipse 2:2,14-16).
O Que É a Verdade?
Muitos hoje ficam com a mesma dúvida que Pilatos expressou em sua pergunta: “Que é a verdade?” (João 18:38). A verdade, que é a palavra de Deus, nos liberta (João 17:17; 8:32). Esta palavra é eterna e absoluta, porque foi revelada pelo Espírito Santo (1 Coríntios 2:9-13; Salmo 119:89). Muitos abordam a Bíblia como se fosse um livro impossível de ser compreendido, mas as afirmações e exigências de Deus mostram que é possível e necessário entender a verdade (Atos 17:11; 1 Tessalonicenses 5:21-22; Salmo 119:105; Hebreus 10:26; 1 João 2:21).
A Mensagem que os Seguidores de Jesus Pregam
Enquanto a tendência humana é enfatizar as palavras suaves, o estilo da linguagem, a maneira de apresentar a palavra, etc., é interessante e importante observar que tais coisas, nas Escrituras, são insignificantes ou até indesejáveis.
A ênfase bíblica é no conteúdo da mensagem daqueles que seguem “a verdade em amor” (Efésios 4:15-16).
A única maneira de certificar a fidelidade de uma igreja na questão de doutrina é pelo estudo cuidadoso da própria Bíblia. Os pontos que se seguem não constituem uma lista completa ou oficial de doutrinas essenciais, pois tudo que Deus nos revelou é verdadeiro. São apenas sugestões de alguns ensinamentos da Bíblia que devem ser respeitados e divulgados.
Os discípulos de Cristo pregam Jesus crucificado e rejeitam a sabedoria humana.
Paulo disse: “Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre
vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus” (1 Coríntios 2:1-5). Pregam Jesus como o único caminho para a salvação (Atos 4:12).
Os fiéis seguidores de Jesus ensinam que Jesus é eterno, como o Pai é eterno (João 8:24,58; Filipenses 2:5-6). Falam sobre a autoridade absoluta de Jesus (Mateus 28:18-20), e o reconhecem como o alicerce da igreja (1 Coríntios 3:11).
Uma igreja que se preocupa em agradar a Deus pregará o que a Bíblia ensina sobre a salvação. Mostrará a necessidade da fé, do arrependimento e do batismo para remissão dos pecados (Marcos 16:15-16; Atos 2:38; 22:16; Gálatas 3:26-27).
Ensinará, também, que é essencial obedecer a Jesus, fazendo tudo em nome dele (1 João 2:3; Colossenses 3:17). Ensinam que é necessário ouvir e praticar a palavra de Cristo (Tiago 1:21-25). Rejeitará qualquer doutrina que não faz parte do puro evangelho pregado pelos apóstolos (Gálatas 1:6-9; 1 Tessalonicenses 5:21-22).
Não modificará a mensagem para agradar aos homens, mas sempre falará a sã doutrina. Paulo orientou Timóteo: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério” (2 Timóteo 4:2-5).
O Desafio
Igrejas que realmente desejam servir ao Senhor devem examinar tudo que ensinam
e corrigir quaisquer acréscimos ou omissões. É de sumo importância divulgar a palavra de Deus – nada mais e nada menos!
–por Dennis Allan
O que a Bíblia Ensina
Sobre a Organização da Igreja?
A divisão e a confusão que existem no mundo religioso em nossos dias são contrárias à oração de Jesus na noite anterior à sua morte (João 17:20- 21). Há centenas de denominações ensinando e praticando coisas diferentes. Sabemos que Deus não criou essa confusão. O modelo que ele dá na Bíblia não é difícil de entender, nem impossível de praticar. O problema é que séculos de “modificações”, “tradições” e “melhoramentos” humanos anuviaram nossa visão da simplicidade do plano original revelado pelo Espírito Santo no Novo Testamento. Em lugar nenhum isto é mais evidente do que na diversidade dos planos de organização de igrejas.
Neste artigo, quero desafiar cada leitor a tentar deixar de lado tradições humanas e idéias preconcebidas para ver claramente a simplicidade do padrão do Novo Testamento de organização de uma igreja. Tão certamente quanto os primitivos cristãos foram capazes de organizarem-se em agrupamentos que funcionam, conhecidos como igrejas locais, sinceros seguidores de Jesus podem fazer o mesmo hoje em dia. Mas como? Como em todas as
outras facetas da vida, precisamos pôr de lado nossas preferências, opiniões e políticas, para humildemente estudar e aplicar o ensinamento das Escrituras (Tiago 1:21-25).
O Modelo de Organização de Igrejas Locais no Novo Testamento
Precisamos começar por um entendimento básico da idéia bíblica de uma igreja.
No Novo Testamento, uma igreja é simplesmente um grupo de cristãos que seguem a Cristo. A palavra pode ser usada para falar de todos aqueles que servem ao Senhor, não importa onde estejam (Hebreus 12:22-23). É freqüentemente usada para descrever grupos locais de discípulos que se encontram para adorarem, para edificarem uns aos outros e para proclamarem o evangelho de Jesus. É neste sentido que lemos sobre a igreja em Antioquia da Síria (Atos 13:1), sobre as igrejas em Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia (Atos 14:21-23), sobre a igreja em Éfeso (Atos 20:17), a igreja em Corinto (1 Coríntios 1:1; 2 Coríntios 1:1), as igrejas na região da Galácia (Gálatas 1:2) e a igreja dos tessalonicenses (1Tessalonicenses 1:1; 2 Tessalonicenses 1:1). É neste ambiente de igrejas locais que encontramos homens escolhidos para supervisionar e guiar. Os sistemas comuns de superestruturas de denominações, de ligas internacionais de igrejas e de hierarquias que ligam e até governam milhares de igrejas locais, são invenções do homem. Não há modelo bíblico de tais arranjos. No Novo Testamento, os cristãos serviam juntos em congregações locais. Eles eram gratos pelos seus irmãos em outros lugares, mas não tentavam criar algum laço de organização onde os cristãos de um lugar pudessem dirigir ou governar o trabalho de discípulos de outro lugar.
Veremos este modelo mais claramente quando considerarmos o ensinamento específico sobre a organização de uma igreja local.
A Formação
de Igrejas Locais
Conforme se espalharam pelo mundo, partindo de Jerusalém, cada cristão levou o evangelho
a outras pessoas. A semente (a palavra S Lucas 8:11) foi plantada e produziu fruto (cristãos S Lucas 8:15; 1 Coríntios 3:7). Estes novos discípulos começaram a adorar e a trabalhar juntos no serviço de Deus (Atos 2:44; 16:40). Em cada cidade onde homens e mulheres obedeciam ao evangelho, às igrejas eram formadas (Atos 14:21-23). As igrejas se reuniam regularmente para participar da Ceia do Senhor (Atos 20:7; 1 Coríntios 11:20-34), para servir a Deus e edificarem uns aos outros (1 Coríntios 14:26; Hebreus 10:23-25). Os membros destas igrejas locais contribuíam voluntariamente para a obra que Deus incumbiu à congregação (1 Coríntios 16:1-2; 2 Coríntios 9:7).
A Supervisão da Igreja Local
Quando estas congregações se formaram, eram grupos de recém-convertidos que tinham que crescer (1 Coríntios 3:1-2). Quando amadureciam, desenvolviam-se homens que satisfaziam às qualificações exigidas por Deus para prover supervisão a essas congregações. Esses homens eram selecionados para servirem como presbíteros (Atos 14:23). A Bíblia também usa a palavra bispo para descrever os mesmos homens, e diz que o seu papel é pastorear (Atos 20:17,
28; 1 Pedro 5:1-2). A distinção que muitos grupos religiosos fazem entre pastores, bispos e presbíteros não é baseada na Bíblia. Estes presbíteros serviam na igreja local para pastorear “o rebanho de Deus”, no meio do qual estavam (1 Pedro 5:1-2).
Sua responsabilidade e autoridade para supervisionar não iam além do rebanho local. Não há nenhuma base bíblica para presbíteros de um local supervisionarem uma igreja em outro local. É também interessante e importante observar que as passagens que falam de bispos, presbíteros ou pastores nunca falam de apenas um servindo numa congregação. O modelo do Novo Testamento é ter uma pluralidade de bispos numa igreja local (Filipenses 1:1). Deus não autorizou nenhum homem a supervisionar sozinho uma igreja local.
Qualificações de Presbíteros/Pastores/Bispos
Duas passagens indicam claramente as qualificações que um homem tem que possuir para servir como bispo (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). Nenhum homem que não possua todas estas qualificações deverá ser selecionado para servir como presbítero/pastor/bispo. Antes de selecionar seus pastores, os membros da igreja local deverão estudar cuidadosamente estas listas para estarem certos de que tenham dois ou mais homens verdadeiramente qualificados. Paulo falou de qualificações familiares: esposo de uma só mulher governa bem a própria casa,
tem filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados.
Ele deu uma extensa lista de exigências espirituais e morais: irrepreensível, temperante, domínio de si, sóbrio, modesto, hospitaleiro, tem bom testemunho dos de fora, não dado ao vinho, não violento, cordato, inimigo de contendas, não avarento, não arrogante, não irascível, amigo do bem, justo, piedoso. Um bispo precisa também ter experiência e capacidade para ensinar: apto para ensinar, não neófito, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o
contradizem. É claro que Deus quer homens espiritualmente maduros que se dedicarão aos seus irmãos para servir como presbíteros. Este não é o trabalho dos jovens, dos novos convertidos, ou homens que ainda não aprenderam a guiar suas próprias famílias, nem é papel atribuído a mulheres. Estas qualificações não se adquirem recebendo diplomas de cursos de seminários, mas dedicando-se ao serviço do Senhor.
Outros Servidores
Diáconos são homens especialmente qualificados e escolhidos para servir sob a supervisão dos presbíteros. Suas qualificações são encontradas em 1 Timóteo 3:8-12: “Quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não
cobiçosos de sórdida ganância, conservando o mistério da fé com a consciência limpa. Também sejam estes primeiramente experimentados; e, se mostrarem irrepreensíveis, exerça o diaconato.... O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa.” Evangelistas ou pregadores são homens que proclamam as boas novas de Jesus
Cristo. Eles não têm papéis de autoridade ou supervisão na igreja. Eles servem o Senhor como seus ministros e tem que ser completamente fiéis a sua palavra (2 Timóteo 4:1-5). A prática comum de chamar um pregador de “o pastor” e de lhe dar autoridade para governar uma igreja não tem base nas Escrituras.
A Simplicidade do Plano de Deus
Numa era quando muitas igrejas se assemelham a corporações multinacionais, o plano simples de Deus de organização de igreja parece muito simples.
Seguindo este plano, qualquer grupo de crentes biblicamente batizados pode começar a adorar a Deus e a trabalhar unido como uma igreja local. Não precisam de treinamento em algum seminário. Não precisam de permissão de nenhuma diocese ou convenção. Não precisam filiar-se a nenhuma denominação ou liga de igrejas. Não precisam esperar que algum corpo eclesiástico lhes envie um padre ou pastor. Eles precisam é de um inabalável respeito à Palavra de Deus, e uma determinação a fazer tudo o que ele exige, e nada do que ele não autorizou. Que possamos amar bastante a Deus para retornarmos ao seu modelo!
Spor Dennis Allan
Pastores Aprovados por Deus
Há pastores na maioria das igrejas. Muitas pessoas almejam o cargo de pastor.
Biblicamente, a função dos pastores é cuidar do rebanho (igreja) de Deus (veja 1 Pedro 5:1-2; Atos 20:28). Como servos de Deus, os verdadeiros pastores mostrarão a sua preocupação com a vontade do Senhor, fazendo e ensinando o que ele diz.
Nosso estudo de pastores, necessariamente, se baseia na Bíblia. Antes de entrar no estudo, quero explicar meus motivos. Estou escrevendo este artigo para ajudar pessoas honestas a servirem ao Senhor. Conforme o padrão bíblico, eu faço parte de uma congregação local, onde sirvo ao Senhor junto com outras pessoas. Não mantemos nenhum tipo de laço com nenhuma denominação. A nossa responsabilidade é de fazer a vontade de Deus, e aceitamos a Bíblia como a única fonte de informações sobre a vontade dele. Eu não tenho nenhum motivo para
defender nem atacar qualquer pessoa ou organização religiosa. Meu propósito é bem simples: servir a Deus e ajudar outras pessoas a fazerem o mesmo.
30 A Igreja Local no Novo Testamento Sem dúvida, este artigo não agradará a todos. Da mesma maneira que o ensinamento de Jesus desafiou os líderes religiosos de sua época, a palavra dele exige mudanças radicais por parte dos líderes de muitas igrejas hoje. Não podemos
forçar ninguém a mudar, mas podemos e devemos avisar sobre o perigo de seguir a sabedoria humana (leia Provérbios 14:12; Isaías 55:6-9; Jeremias 10:23; Ezequiel 3:18-21). Eu sei, de antemão, que este estudo vai contrariar os ensinamentos e as práticas de muitos pastores e de muitas igrejas. Mas, eu não posso servir a Deus e agradar a todos os homens (Gálatas 1:10). Apresento este artigo depois de anos de estudo e oração, com o único propósito de divulgar e defender a palavra pura do Deus santo. Peço que você aborde o assunto com mansidão e o desejo de aprender a aplicar a palavra do Senhor. “Portanto, despojando-vos de toda impureza e
acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar” (Tiago 1:21-25).
Pastores/Anciãos no Velho Testamento
Sabemos que o Novo Testamento, o evangelho de Cristo, fornece o padrão para a igreja de hoje (veja João 12:48-50; Hebreus 8:6-13; 2 João 9; Colossenses 3:17). Mas o Antigo Testamento contém exemplos instrutivos que ajudam para entender a vontade de Deus (1 Coríntios 10:1-13; Romanos 15:4). No Velho Testamento, encontramos líderes entre o povo de Israel chamados, às vezes, anciãos (o sentido da palavra presbítero no Novo Testamento). Os anciãos das cidades israelitas resolveram problemas que surgiram entre as pessoas (Deuteronômio 21:2,19; 22:15-17; Rute 4:1-11). Quando não conduziram o povo no caminho de Deus, ele cobrou: “O SENHOR entra em juízo contra os anciãos do seu povo e contra os seus príncipes. Vós sois os que consumistes esta vinha; o que roubastes do pobre está em vossa casa. Que há convosco que esmagais o meu povo e moeis a face dos pobres? diz o Senhor, o SENHOR
dos Exércitos” (Isaías 3:14-15). Deus condenou os pastores gananciosos que não compreenderam a vontade dele e conduziram o povo ao pecado (Isaías 56:9-12).
Jeremias transmitiu as palavras do Senhor sobre pastores maus: “Porque os pastores se tornaram estúpidos e não buscaram ao SENHOR; por isso, não prosperaram, e todos os seus rebanhos se acham dispersos” (Jeremias 10:21). “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! diz o SENHOR. Portanto, assim diz o SENHOR, o Deus de Israel,
contra os pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e delas não cuidastes; mas eu cuidarei em vos castigar a maldade das vossas ações, diz o SENHOR” (Jeremias 23:1-2).
Pastores nas Igrejas do Novo Testamento
No Novo Testamento, encontramos muitas referências aos pastores/presbíteros/bispos. Descobrimos em Atos 20:17 e 28 que esses três termos se referem aos mesmos homens (veja, também, 1 Pedro 5:1-2, onde os presbíteros pastoreiam). Não temos nenhuma base bíblica para usar o termo “bispo” para descrever um cargo, “pastor” para outro e “presbítero” para ainda outro. Pastores, bispos e presbíteros são os mesmos servos. Lendo o livro de Atos, achamos vários versículos que mencionam presbíteros: na Judéia (11:30); em cada igreja na Ásia Menor (14:23); em Jerusalém (15:2,4,6,22,23; 16:4); da igreja em Éfeso (20:17,28) e, mais uma vez, em Jerusalém (21:18). As epístolas, também, se referem aos homens que pastoreavam as igrejas: “pastores e mestres” (Efésios 4:11); “bispos” em Filipos (Filipenses 1:1); “o presbitério” (1 Timóteo 4:14); “presbíteros que há entre vós” (1 Pedro 5:1; aqui aprendemos que Pedro era presbítero, um dos dois apóstolos assim identificados—veja 2 João 1 e 3 João 1).
O trabalho dos presbíteros inclui várias funções importantes: pastorear (Atos 20:28; 1 Pedro 5:2); ensinar (Efésios 4:11-16; Tito 1:9); ser modelos (1 Pedro 5:3); presidir (1 Timóteo 5:17); vigiar (Atos 20:31); velar por almas (Hebreus 13:17); guiar (Hebreus 13:17); cuidar/governar (1 Timóteo 3:5); ser despenseiro de Deus (Tito 1:7); exortar (Tito 1:9); calar os enganadores (Tito 1:9-11); etc.
Observamos em todos os exemplos bíblicos que as igrejas que tinham presbíteros
sempre tinham mais de um. Seja em Jerusalém, Éfeso, Filipos ou outro lugar, sempre fala dos presbíteros no plural. A prática comum nas igrejas de hoje, de ter um só pastor numa congregação, não tem nenhum fundamento bíblico.
As Qualificações Bíblicas de
Pastores/Presbíteros/Bispos
Paulo cita as qualificações dos bispos/presbíteros em duas cartas (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). A linguagem dele deixa bem claro que ele não está dando meras sugestões, e sim requerimentos. Em 1 Timóteo 3:2 ele diz: “É necessário, portanto, que o bispo seja....” Tito 1:7 diz: “Porque é indispensável que o bispo seja....” Antes de examinar as qualificações em si, vamos entender bem esse ponto. Os requerimentos que encontramos nesses dois trechos são qualidades que o Espírito Santo revelou, através de Paulo, como exigências. Para servir como
presbítero, um homem precisa de todas essas qualidades. Ninguém tem direito de apagar nenhum “i” ou “til” do que Deus falou aqui.
Agora, vamos ler o que o Espírito falou nessas duas listas paralelas (bem semelhantes, mas não exatamente iguais).
“Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja.
É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo” (1 Timóteo 3:1-7).
“Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusessem em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados. Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem” (Tito 1:5-9).
Leia esses trechos com bastante atenção. Os pastores na sua igreja têm todas essas qualificações? São homens? Casados? Pais de famílias? Com filhos crentes?
Conhecedores da palavra? Hospitaleiros? Respeitados por todos? Irrepreensíveis?
Professores capazes? Amigos do bem? Têm todas as outras qualidades citadas aqui? Homens com todas essas qualificações são uma grande bênção ao povo de Deus, e serão extremamente úteis nas igrejas locais onde servem como presbíteros.
Mas, pessoas que não têm essas qualificações não são autorizadas por Deus a serem pastores. A igreja que escolhe pessoas não-qualificadas como bispos está desrespeitando a palavra de Deus. Pessoas não-qualificadas que aceitam o cargo de pastor estão agindo contra o Supremo Pastor. Presbíteros não-qualificados que continuam nesse papel estão violando a palavra de Deus.
É notável que essas passagens não falem nada sobre escolaridade, cursos superiores, cursos de teologia, diplomas, certificados de seminários, etc. Muitas igrejas têm colocado tais coisas como seus próprios requerimentos, deixando de lado as exigências de Deus.
Desafios atuais
Não é possível, num pequeno artigo como este, elaborar um estudo completo sobre pastores. O propósito deste artigo é desafiar cada leitor a estudar mais, procurando entender bem o que Deus revelou sobre liderança na igreja. Mas, não é o bastante ouvir a palavra. Tem que praticá-la (Tiago 1:22-25). Se você, ou a igreja onde você congrega, esteja agindo de forma errada, há uma solução só: arrepender-se e começar a obedecer ao Senhor. Pastores não-qualificados devem renunciar ou serem removidos do cargo, para não trazer a ira de Deus sobre a igreja.
E se sua igreja insiste em manter pastor(es) não aprovado(s) de Deus, você terá que escolher entre Deus e os homens (Mateus 15:9; Josué 24:15). Tal igreja está desordenada (Tito 1:5) e não procede como deve (1 Timóteo 3:15). Igrejas que ainda não têm presbíteros devem encorajar todos os homens a se desenvolverem espiritualmente para serem qualificados, se possível, no futuro.
É bem provável que alguns leitores, especialmente os que fazem parte da liderança de algumas denominações, não gostarão deste artigo. Não aceite nada que vem de mim ou de qualquer outro homem; mas não rejeite nada que vem de Deus.
“Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo” (Gálatas 1:10).
Spor Dennis Allan
A Missão Espiritual da Igreja
Quando Jesus ficou diante de Pilatos para ser julgado, ele descreveu a natureza espiritual de seu reino: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino
não é daqui.” (João 18:36).
Aqueles que saem do “império das trevas” são transferidos para o “reino do Filho” (Colossenses 1:13). Jesus “é a cabeça do corpo, da Igreja” (Colossenses 1:18), e seus súditos gozam de “toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Efésios 1:3).
Os soldados que vão batalhar para avançar a causa deste reino espiritual usam a armadura e as armas espirituais (Efésios 6:10-17; 2 Coríntios 10:3-6) quando buscam cumprir sua missão espiritual. Usando a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, servos de Cristo ensinam outros sobre o Senhor e sua graça salvadora (Romanos 1:16; 2 Timóteo 2:2), “…levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo…” (2 Coríntios 10:5). Estes discípulos de Cristo compartilham o plano eterno de Deus “…para que pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor…” (Efésios 3:10-11).
Muitas das tendências erradas das denominações modernas poderiam ser evitadas por um entendimento mais claro da missão espiritual da igreja. É aparente que a igreja do primeiro século dava atenção principalmente aos assuntos espirituais.
Jesus não estabeleceu um clube social ou esportivo, e não deu aos homens o direito de modificar ou corromper essa missão espiritual de que ele incumbiu à sua igreja.
Nosso papel hoje em dia deve ser estudar e obedecer a vontade de Deus, fazendo tudo de acordo com a autoridade de Cristo (Colossenses 3:17). Enquanto você continua este estudo, leia cada passagem citada com um desejo sincero de entender e aplicar a vontade de Deus em sua vida.
A Obra Espiritual da Igreja
Cristãos trabalhando juntos: As assembléias da igreja são ocasiões para adorar o Senhor e edificar aqueles que participam. Podemos ver claramente a natureza espiritual das atividades das igrejas primitivas. Os santos oravam juntos (Atos 4:31; 1 Timóteo 2:1-2). Eles pregavam o evangelho (Atos 4:33). Eles se reuniam para participar da Ceia do Senhor (Atos 20:7; 1 Coríntios 11:17-34). Os cristãos primitivos louvavam a Deus e edificavam uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais (Efésios 5:19; Colossenses 3:16). De acordo com a instrução apostólica, os cristãos aproveitam as assembléias no primeiro dia da semana para
recolher dinheiro, o qual será usado para fazer a obra de que Deus incumbiu à igreja (1 Coríntios 16:1-2). A Bíblia mostra que cada membro do corpo tem uma parte importante na edificação dos outros irmãos (Efésios 4:11-16).
A missão de ensinamento do evangelho: A igreja, como “coluna e baluarte da verdade” (1 Timóteo 3:15), tem o privilégio e responsabilidade de espalhar o evangelho de Cristo. É abundantemente claro, no Novo Testamento, que esta era a alta prioridade na vida de Jesus e de seus seguidores.
Se somos verdadeiramente seus discípulos, essa será também nossa prioridade. A missão da igreja é espiritual.
Os cristãos têm o privilégio de propagar a mensagem de salvação do evangelho.
Devemos partilhar da atitude expressada por Paulo: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê…” (Romanos 1:16). É por isso que os cristãos primitivos de Jerusalém foram tão diligentes em seu trabalho (Atos 5:42).
Precisamos primeiro dar-nos ao trabalho. Nossa missão hoje é a mesma que a missão dos tessalonicenses, que levavam diligentemente o evangelho às regiões próximas da Macedônia e Acaia (1 Tessalonicenses 1:8). As instruções que Paulo deu aos coríntios mostram que um propósito significativo de suas reuniões era convencer os incrédulos e edificar os santos (1 Coríntios 14:24-26).
Cumprir esta missão também requer empenho financeiro. As igrejas de hoje podem mandar evangelistas para pregar em outros lugares, como fez a igreja de Antioquia (Atos 13:1-3; 14:26-28). Os evangelistas eram às vezes sustentados pelas igrejas para que pudessem dedicar-se à obra de pregar (Filipenses 4:5-8; 1 Coríntios 9:14-15). Paulo ensinava que o mesmo tipo de apoio financeiro poderia também ser dado aos presbíteros (1 Timóteo 5:17-18). É natural que pessoas que se dedicam à missão de divulgar o evangelho possam sacrificar voluntariamente seus bens materiais para este mesmo fim.
Ensinar toda a verdade: A igreja precisa aceitar sua responsabilidade de ensinar a verdade da palavra de Deus em todas as circunstâncias. Todos os seguidores fiéis de Jesus precisam da mesma convicção que Paulo encorajou a Timóteo, quando escreveu: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2 Timóteo 4:2). A igreja que evita alguns aspectos da palavra de Deus porque poderiam ser impopulares ou difíceis das pessoas aceitarem não está cumprindo sua missão.
Corrigir os que erram: A responsabilidade de corrigir e repreender mostra que pregar o evangelho envolve a correção daqueles que estão no erro. O positivismo “Eu estou bem, você está bem” não tem lugar na pregação de Cristo. Quando uma pessoa está em pecado, ninguém tem o direito de dizer “Você está bem assim como está.” A mensagem do evangelho é diferente: os pecadores não estão bem, mas podem ser transformados pelo amor e pela graça de Deus para se tornarem íntegros novamente.
Esta necessidade de corrigir os pecadores inclui a responsabilidade de corrigir os irmãos que recaem no pecado (Gálatas 6:1; Tiago 5:19-20). Uma igreja que verdadeiramente entende sua missão espiritual corrigirá os irmãos que estão no erro para tentar salvar suas almas e manter a pureza do corpo (Mateus 18:15-17; 1 Coríntios 5:1-13). Ler estes textos mostra que às vezes é desagradável obedecer a Cristo. Uma igreja que segue Jesus removerá os pecadores impenitentes do seu meio. Podemos não gostar da linguagem forte que Paulo usa em 1 Coríntios 5:13, mas precisamos lembrar que era o próprio Deus que dava estas instruções para
“expulsar” da congregação aqueles que retornavam a uma vida de pecado. Se vamos pregar a verdade, precisamos pregar toda a verdade!
A Obra Material da Igreja
Enquanto a prioridade da obra da igreja é claramente espiritual, há também um aspecto material. Em Atos 4:32-37, os discípulos contribuíram para aliviar as necessidades dos santos. A igreja de Jerusalém ajudou as viúvas pobres de seu meio (Atos 6:1-2). Quando as necessidades dos santos excederam a capacidade da igreja local, outras congregações enviaram dinheiro para ajudá-los (Atos 11:29-30; Romanos 15:25-26; 1 Coríntios 16:1; 2 Coríntios 8:4; 9:1-2; etc.) Deste modo, as igrejas mais ricas ajudavam as mais pobres, demonstrando a verdadeira fraternidade do amor que deverá caracterizar as igrejas de Cristo.
Melhoramentos Humanos?
Os complicados sistemas de obras sociais em muitas igrejas modernas não se parecem nem um pouco com a simplicidade do plano do Novo Testamento.
Em vez de terem fé para converter o mundo a Cristo, muitas igrejas estão atarefadas convertendo a igreja para se ajustar às expectativas do mundo. Algumas usam apelos a desejos carnais para atrair pessoas ou adquirir fundos. Em nome da religião, algumas usam bandas de “rock” ou outros programas musicais especiais.
Outras oferecem festas completas com bebidas alcoólicas e danças. Muitas outras prometem bênçãos materiais e boa saúde para aqueles que se juntarem a suas igrejas. O interesse neste mundo tornou-se tão forte que algumas igrejas parecem mais como organizações sociais do que corpos espirituais. Nunca devemos perder nossa concentração no céu, pensando que podemos corrigir todos os males sociais de um mundo dominado pelo pecado.
Muitas igrejas se enredaram nos negócios da sociedade moderna, procurando colocar seus membros em lugares de poder político ou investindo os fundos da igreja em negócios. Se elas buscam comprar e operar enormes corporações ou operar pequenas empresas, tais como bazares de igreja e balcões de cachorro quente, estas igrejas estão mostrando claro desrespeito pelo plano que Deus deu.
Precisamos ter fé suficiente para estarmos contentes com o fato de que a igreja receba dinheiro da maneira que Deus autorizou (contribuições voluntárias) Coríntios 16:1-2) e o use somente nos modos aprovados por Deus.
Contentes em Fazer o Que Deus Ordenou
Quando seguimos o modelo fornecido pelo Novo Testamento, a igreja será suficiente para fazer a obra e terá fartura de obra para fazer. Não temos necessidade nem permissão para envolver a igreja em outros projetos, organizações e obras, inventados pelos homens. Assim como Deus rejeitou o fogo oferecido por Nadabe e Abiú (Levítico 10:1-7), ele rejeitará obras estranhas que os homens introduzem nas igrejas. Tão certo como o Senhor desagradou-se quando Uzá estendeu uma mão de ajuda para fazer o que lhe parecia direito (2 Samuel 6:1-11), ele não quer nossa “ajuda” para encontrar um modo mais eficaz de fazer sua obra. Em ambos os casos de pecados fatais, o problema fundamental foi uma falta em seguir exatamente o que Deus tinha instruído. Se desconsideramos suas instruções, não podemos esperar melhor sorte. “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte.” (Provérbios 14:12).
Spor Dennis Allan
O que a Bíblia Ensina
Sobre a Igreja e seu Dinheiro?
O dinheiro está no âmago de muitos problemas das igrejas. Algumas delas enchem seus cofres, exigindo dízimos de seus membros para financiar estilos de vida extravagantes dos dirigentes da igreja. Muitos usam o dinheiro da igreja para construir grandes empresas. É isto que Deus quer? Aqueles que verdadeiramente procuram seguir Jesus precisam buscar sua vontade no Novo Testamento. Ali encontramos tanto instruções dadas por apóstolos inspirados, como
exemplos de como as igrejas obtinham e usavam o dinheiro no serviço do Senhor.
O que a Bíblia Diz sobre as Finanças da Igreja
Ao entrarmos neste estudo, será útil lembrarmos-nos de dois princípios básicos sobre as igrejas do Novo Testamento: ì No plano de Deus, a igreja é um corpo espiritual, com uma missão espiritual. Muitos dos problemas das igrejas modernas, relacionados com dinheiro, são resultado de decisões humanas de deslocar o centro das atenções de sua missão espiritual para os interesses sociais, políticos ou comerciais. No Novo Testamento, as igrejas locais eram autônomas, cada uma servindo independentemente sob a autoridade da palavra de Cristo. O
Novo Testamento não fala de nenhum tipo de estrutura de organização ligando as igrejas locais. As hierarquias enormes das denominações, tão comuns nestes dias, nunca são encontradas no Novo Testamento.
Como as Igrejas do
Novo Testamento Recebiam Dinheiro?
Normalmente, das contribuições dos cristãos daquela congregação. As igrejas, geralmente, recebiam seu dinheiro de contribuições voluntárias dos membros. “Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que
se não façam coletas quando eu for.”(1 Coríntios 16:1-2). “Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade.” (Atos 4:34-35). Paulo ensinava que os cristãos deveriam dar voluntariamente e com alegria: “Cada um contribua segundo tiver proposto
no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.” (2 Coríntios 9:7).
Em casos excepcionais, de outras igrejas. Em casos de necessidade, tal como aquela causada por severa fome na Judéia, as igrejas pobres receberam assistência financeira das congregações mais prósperas de outros lugares (Atos 11:27-30). É por isso que Paulo enviou instruções à igreja Coríntia (também mencionadas em Romanos 15:25-32) sobre as doações para ajudar os irmãos pobres de Jerusalém (1 Coríntios 16:1-4; 2 Coríntios 8).
Como as Igrejas do
Novo Testamento Usavam seu Dinheiro?
Para ensinar o evangelho. Desde que a missão principal da igreja é espiritual (1 Timóteo 3:15), não é surpresa que as igrejas do Novo Testamento usassem seu dinheiro para espalhar o evangelho. Exemplos deste emprego dos fundos arrecadados incluem o sustento financeiro de homens que pregavam o evangelho (1 Coríntios 9:1-15; 2 Coríntios 11:8; Filipenses 4:10-18), e dos que serviam como presbíteros (1 Timóteo 5:17-18).
Para acudir os santos necessitados. Quando os cristãos pobres necessitavam de assistência, o dinheiro da oferta era usado para acudir àquelas necessidades (Atos 4:32-37; 6:1-4).
Aplicações:
O Que Deus Autorizou para Nossos Dias?
Desde que a Bíblia registra tudo o que precisamos saber para servir a Deus de modo aceitável (2 Pedro 1:3; Judas 3; 2 Timóteo 3:16-17), aqueles que hoje procuram servir ao Senhor praticarão somente o que é autorizado no Novo Testamento. Deus não nos deu permissão para tentar melhorar seu plano. O modelo do Novo Testamento pode parecer muito simples, e não sofisticado, às pessoas que estão rodeadas por imensos empreendimentos multinacionais, mas os fiéis precisam contentar-se em fazer a obra de Deus à maneira de Deus. Nossa Para um estudo mais completo da importância de seguir o modelo do Novo Testamento, veja também esta publicação por Gary Fisher: Autoridade: Qual o fundamento que usamos para descobrir a vontade de Deus? missão não é juntar grande riqueza ou construir enormes organizações. Nossa missão é servir Jesus e mostrar a outros como fazer o mesmo. Os verdadeiros cristãos não estão interessados em competir com o mundo, mas simplesmente procuram agradar a Deus. As igrejas que seguem o modelo do Novo Testamento receberão seu dinheiro de contribuições voluntárias dos cristãos. Nos casos em que há mais irmãos pobres do que a congregação é capaz de ajudar, elas podem também receber assistência de outras congregações.
Então, este dinheiro será dedicado à obra que Deus autorizou. A principal missão da igreja sempre será espiritual, alcançando os perdidos e edificando os salvos. Os recursos financeiros da igreja serão usados para cumprir sua missão de proclamar a pura mensagem do evangelho. Quando há casos de necessidade entre os discípulos, a igreja pode usar o dinheiro ofertado para dar assistência. Quando as igrejas mais prósperas sabem de tais necessidades nas congregações mais pobres, elas podem fazer como as igrejas da Galácia, Macedônia e Acaia fizeram, ou seja,
enviar dinheiro para ajudar seus irmãos mais pobres (veja 1 Coríntios 16:1; 2 Coríntios 8:1-4; 9:1-2).
Mais Aplicações:
O Que Deus Não Autorizou para os Dias Atuais?
Já examinamos o modelo encontrado nas Escrituras. E o que se nota é que as igrejas de hoje estão autorizadas a receber e usar seu dinheiro do mesmo modo que as igrejas do Novo Testamento, e não têm permissão de Deus para fazer mais do que isto. Aqueles que vão além da palavra de Cristo, para fazer o que não foi autorizado, pecam contra ele (1 Coríntios 4:6; 2 João 9). Em resumo, basta dizer que podemos fazer o que Deus permitiu, e nada mais Mas algumas práticas se tornaram tão comuns que é fácil presumir que elas estão certas, ainda que não tenham base nas Escrituras. Seria impossível fazer uma relação de todos os abusos do plano de Cristo, mas podemos examinar alguns exemplos para desafiar cada leitor a examinar tudo o que sua igreja pratica. Paulo disse: “Julgai todas as cousas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal” (1 Tessalonicenses 5:21-22). Aqueles que amam o Senhor não temerão uma investigação aberta e honesta de suas práticas, e abandonarão alegremente qualquer coisa que Deus não aprovou..
por Dennis
Allan.
Examinemos Alguns Exemplos de
Práticas que a Bíblia Não Autoriza
Exigir os dízimos. Muitas igrejas pregam que o dízimo é necessário hoje, e sugerem que aqueles que não dão 10% não serão abençoados por Deus. Eles deixam de fazer a distinção que Jesus e os apóstolos fizeram entre o Velho e o Novo Testamento. O dízimo era parte da Lei de Moisés, dada por Deus aos israelitas (Hebreus 7:5). Passagens tais como Malaquias 3:10, que é usada freqüentemente para exigir o dízimo atualmente, foram escritas para os judeus alguns séculos antes que Cristo morresse para cumprir essa lei. Não estamos sob essa lei (Gálatas 3:23-25; 5:1-4; Romanos 7:6). Não há uma única passagem no Novo Testamento que autorize as igrejas a exigir o dízimo. Igrejas proprietárias de negócios. Longe da ênfase espiritual da igreja primitiva, algumas igrejas possuem e operam tudo, desde redes comerciais de televisão até lojas de roupas. O dinheiro contribuído pelos membros é investido em negócios, e os lucros então são usados para sustentar os demais programas da igreja. Este pode ser um modo eficaz de aumentar as rendas, mas não é bíblico.
A mudança de foco de coisas espirituais para coisas políticas e sociais.
É claro que cada seguidor individual de Cristo tem responsabilidade de praticar a justiça e ajudar aqueles que estão em necessidade (Efésios 4:28; Tiago 1:27).
Além disto, a igreja tem responsabilidade de ajudar cristãos necessitados (2 Coríntios 8:1-4; etc). As igrejas do Novo Testamento não eram instituições sociais que tentavam sustentar todo o mundo, nem era seu trabalho ganhar poder político ou providenciar divertimento ou escolas. As igrejas do Novo Testamento se dedicavam claramente a uma missão bem mais importante: a salvação e preservação das almas eternas. Continuemos nesta dedicação!
Substituindo o plano de Deus pelas organizações e planos humanos. O plano da Bíblia é simples. A igreja local é suficiente para cumprir a obra que Deus lhe deu para fazer. Nada encontramos no Novo Testamento sobre sociedades missionárias, instituições educacionais ou sociais sustentadas pela igreja, etc. Não encontramos igrejas planejando grandes obras e depois pedindo fundos de outras congregações para completar seus planos. Cada igreja local era suficiente para cumprir sua missão dada por Deus.
Fazendo a Obra de Deus à Maneira de Deus
Quando buscamos servir o Senhor nas igrejas locais, vamos nos contentar em fazer a obra de Deus como ele instruiu. Cada esforço para “melhorar” o plano de Deus mostra falta de fé nele e na absoluta suficiência de sua palavra.
Vamos confiar nele e vamos amá-lo o bastante para obedecê-lo (João 14:15).
Spor Dennis Allan
A Benevolência de uma Igreja Local
Amor, altruísmo e caridade são palavras chaves na vida de um cristão. Jesus nos deu o exemplo. Aqui estamos no coração do reino de Deus (Filipenses 2:5-9).
Mas não somos deixados a tirar nossas próprias conclusões em matéria de verdadeira benevolência. Aos cristãos é mandado cuidar de algumas pessoas. “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (1 Timóteo 5:8). “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado
do mundo” (Tiago 1:27). Os limites de um cristão para fazer o bem são as fronteiras
de suas oportunidades e capacidade.
Tão largas como estes privilégios e responsabilidades são para os cristãos, tal responsabilidade ilimitada não é autorizada pela igreja. “Se alguma crente tem viúvas em sua família, socorra-as, e não fique sobrecarregada a igreja, para que esta possa socorrer as que são verdadeiramente viúvas” (1Timóteo 5:16).
Aqui Deus diz que a igreja não deve ser sobrecarregada com o cuidado de uma viúva cristã. Isso significa, simplesmente, que a obra “cristã” nem sempre é obra “da igreja.” Felizmente, um entendimento desta regra das escrituras pode resolver alguns dos nossos problemas.
Desde que o trabalho da igreja em benevolência é obviamente limitado (1 Timóteo 5:16), como podemos determinar esses limites? Porque não deixar que a própria Bíblia marque esses limites?
Atos 2 nos diz no versículo 44 de “todos os que creram” tendo todas as coisas em comum eram crentes.
Atos 4 nos dá a informação que era a “multidão dos que creram” que tinham todas as coisas em comum (versículo 32) eram crentes.
Atos 6 descreve as viúvas como pertencentes àqueles que compunham “o número dos discípulos” no versículo 1 S as viúvas discípulas.
Atos 11 relata que os “discípulos, cada um conforme suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judéia” (versículo 29) aos irmãos.
Romanos 15 mostra os da Macedônia e da Acaia levantando “uma coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém” (versículo 26) santos pobres.
1 Coríntios 16 registra o mandamento: “Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia” (versículo 1) santos.
2 Coríntios 8 mostra Paulo e seus amigos dizendo que havia uma dádiva e que participaram “da assistência aos santos” (versículos 4-5) santos.
2 Coríntios 9: “Ora, quanto à assistência a favor dos santos...” (versículo 1). “Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus” (versículo 12). Esta dádiva pelos gentios aos judeus cristãos pobres era não somente a alimentação dos santos pobres, mas uma bênção a todos os cristãos em toda a parte S alívio para os santos.
1 Timóteo 5 define a viúva verdadeira como aquela que está desolada, confia em Deus, etc., que é encargo da igreja S viúvas verdadeiramente viúvas.
Com tal responsabilidade limitada dada à igreja local, não admira que Atos 6 quase nos diga “como” a igreja cuidava de seus necessitados. Eram suas próprias viúvas que padeciam necessidades, e seus próprios servos que eram escolhidos dentro de seu próprio grupo para cuidarem desse problema. Isto era precisamente todo o “como” que eles precisavam, visto que a obra estava limitada aos de sua própria congregação. Nenhuma organização mundial estava em operação, desde que todos os tais problemas eram assuntos da congregação.
Qual seria o resultado de cada cristão cumprir sua responsabilidade individual e cada igreja limitar sua benevolência de acordo com as especificações do Novo Testamento? Seriam os necessitados ajudados? Verdadeiramente! Haveria alguma necessidade de problemas congregacionais com respeito a “instituições” humanas?
Certamente não! Daria certo seguir realmente o modelo de Deus? Porque não confiar na sabedoria de Deus para cumprir a vontade de Deus?
Não deverá ser esquecido que muita benevolência tem que ser feita pelo indivíduo.
Este tipo de atividade, muito freqüentemente, exige envolvimento e caridade pessoal. Em acréscimo, os cristãos precisam estar “lavando os pés” pelo bem que receberão disso. Tornar-se muito orgulhoso ou muito importante nos impedirá de ficarmos envolvidos pessoalmente. Com cada igreja e cada discípulo seguindo a direção dada pela palavra de Deus, os necessitados são aliviados e Deus agradado. Reconhecer estes limites postos por Deus permite à igreja dar consideração preferencial à sua mais importante tarefa: pregar o evangelho.
Spor Harold Dowdy
Jesus Limpou a Casa:
A Santificação da Igreja
Falamos constantemente da importância de seguir os passos de Jesus, imitando o exemplo do nosso Senhor. Paulo disse: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Coríntios 11:1). Pedro acrescentou: “...Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos” (1 Pedro 2:21). Aplicando essas instruções, devemos amar como Jesus ama, agüentar calúnias e perseguições como ele as suportava, resistir a tentações
como ele o fez, etc.
E a dureza de Jesus? Quando ele fez uma pregação que causou as multidões a irem embora – devemos ser tão fortes? Quando ele expulsou os cambistas e comerciantes do templo – devemos ser tão zelosos, ao ponto de ofender outros?
Leia o relato de João 2:13-17 – “Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém. E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas e
disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio. Lembraram-se os seus discípulos de que está escrito: O zelo da tua casa me consumirá.”
Como devemos aplicar o exemplo de Jesus em nosso serviço ao Senhor?
Deus é Santo
Para entender o zelo de Jesus, precisamos salientar a santidade de Deus. Santo quer dizer “separado”. Deus é separado de nós em dois sentidos. Primeiro, ele é o Criador, e nós, as criaturas (1 Samuel 2:2,6; Salmo 99:1-3). A natureza de Deus é diferente e superior à nossa. Este sentido da santidade de Deus se manifesta na criação que ele fez do nada. Segundo, ele é acima de todo pecado e maldade, e assim separado dos homens pecadores (Josué 24:19-20). Este aspecto da santidade de Deus se manifesta na criação de homens e mulheres com livre arbítrio, ou seja, com a capacidade de fazer escolhas morais. Deus sempre quis um povo santo. Ele expressou esse desejo na Lei dada aos israelitas (Levítico 11:45). Hoje, ele nos convida a ser santos (1 Pedro 1:15-16). É a santidade que serve como base da nossa obediência à vontade de Deus.
A Santidade de Deus
Deve Ser Respeitada no Santuário Dele
Jesus entendeu perfeitamente a santidade de Deus e conheceu bem a história dos santuários terrestres. O tabernáculo feito no deserto de Sinai representava a presença de Deus no meio do povo. Quando entraram para servir no tabernáculo, os sacerdotes foram obrigados a respeitar cuidadosamente a santidade do Senhor.
Aqueles que não mostraram reverência total para com Deus foram mortos (Levítico 10:1-3). Quase cinco séculos mais tarde, o templo em Jersualém foi construído como uma casa mais permanente para Deus. Deus o santificou como sua habitação (1 Reis 9:3), mas disse que ficaria no meio do povo somente se Israel fosse fiel (1 Reis 9:6-9). Quando Jesus chegou a Jerusalém e viu os homens profanando a casa de Deus, ele agiu com coragem e dureza. Em duas ocasiões, ele expulsou os comerciantes do templo (João 2:13-17, e três anos depois, em Mateus 21:12-13). Jesus respeitou a santidade do santuário de Deus, mesmo quando os líderes religiosos se mostraram relaxados nos seus deveres.
O Cristão: Santuário de Deus
Em 1 Coríntios 6:19-20, Paulo disse: “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.” Cada cristão deve se enxergar como o templo de Deus. Deus habita em nós, e deve ser glorificado e
santificado pela nossa vida. Com essa base, compreendemos o problema do pecado.
A nossa desobediência mancha e estraga o santuário de Deus. Um povo santo, o povo que Deus sempre quis, começa comigo e com você! Devemos ser santos, como ele é santo.
Agora chegamos à aplicação difícil: Imitamos o exemplo de Jesus em relação à pureza da nossa vida? Temos a coragem e o zelo para expulsar o pecado das nossas vidas?
Temos a vontade de enfrentar as nossas fraquezas e tirar qualquer conduta ou atitude que milita contra a santidade do nosso Criador?
A Igreja: Santuário de Deus
Afigura do santuário de Deus é usada, também, para descrever a igreja de Jesus.
Paulo fala à igreja quando diz: “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado” (1 Coríntios 3:16-17). Em outra carta, ele diz que a igreja é a casa de Deus (1 Timóteo 3:14-15). Esses dois trechos mostram a importância de procedimento
digno na igreja, tanto na edificação como na organização dela. A igreja deve ser zelosa em manter a doutrina pura e praticar somente as coisas autorizadas por Jesus.
Deus não habitará numa casa suja e poluída pela iniqüidade. As cartas às igrejas da Ásia mostram a importância de manter a santidade da igreja. O Senhor rejeitará uma igreja que perdeu o seu amor (Apocalipse 2:4-5). Ele não ficará numa congregação que tolera falsas doutrinas ou imoralidade (Apocalipse 2:14-16,20). Uma igreja morta, cujas obras não sejam íntegras, será castigada por Jesus (Apocalipse 3:2-3). Ele vomitará da boca uma igreja morna e satisfeita (Apocalipse 3:15-17).
Como é que mantemos a santidade de uma igreja? ì Precisamos tirar a impureza da nossa própria vida. Eu faço parte da congregação. Se eu limpar o meu coração, a igreja ficará mais limpa. Devemos ajudar os nossos irmãos a se purificarem do pecado. Quando recuperamos o irmão que tropeçou (Gálatas 6:1-2), ou convertemos aquele que desviou (Tiago 5:19-20), a igreja ficará mais pura. Quando um irmão persiste no pecado, somos obrigados a expulsá-lo do nosso meio (1 Coríntios 5:1-13; 2 Tessalonicenses 3:6-14). Algumas das igrejas da Ásia foram reprovadas por não fazer isso. Uma igreja que tolera o pecado aberto e persistente não ama a Deus acima de tudo. Se ela não mostrar o arrependimento, o Senhor removerá o seu candeeiro!
Sejamos Zelosos!
Jesus falou para a igreja de Laodicéia: “Sê, pois, zeloso e arrepende-te” (Apocalipse 3:19). No Velho Testamento, homens zelosos se mostraram radicais em tirar a má influência do pecado do meio do povo. Finéias matou os rebeldes e poupou Israel da praga que estava matando o povo (Números 25:1-13). Deus elogiou o zelo desse servo: “Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois estava animado com
o meu zelo entre eles; de sorte que, no meu zelo, não consumi os filhos de Israel” (Números 25:11). Em vários outros casos, servos fiéis escolheram Deus acima dos próprios filhos e irmãos. Quando Nadabe e Abiú morreram na rebeldia contra Deus, seu pai e seus irmãos continuaram no tabernáculo, respeitando a santidade de Deus (Levítico 10:3-7). Pais de filhos rebeldes foram instruídos a entregá-los à justiça para serem mortos, assim eliminando o mal do meio da congregação (Deuteronômio 21:18-21). A vontade de Deus e a pureza da congregação foram mais importantes do que a vida de um filho.
O povo de Israel recebeu de Deus uma lei que servia para governá-lo, tanto na vida espiritual, como nas questões civis. Por isso, o “governo” castigava as pessoas que desobedeciam as leis religiosas. Hoje, o governo ainda castiga malfeitores para manter ordem na sociedade (Romanos 13:1-4), mas a igreja não mata as pessoas que desobedecem as instruções religiosas que Deus nos deu! Devemos ter o mesmo zelo de Finéias, mas não o mostramos da mesma maneira. O ensinamento do Novo Testamento requer o nosso zelo para manter a pureza da
igreja. Já citamos instruções dadas aos coríntios e aos tessalonicenses sobre a necessidade de nos afastar de irmãos que voltam ao pecado. Muitas pessoas acham tal ensinamento duro demais, e muitas igrejas recusam seguí-lo. Quando procuramos um “jeitinho” para evitar esses mandamentos, ou simplesmente ignoramos a palavra de Deus, as conseqüências são gravíssimas: ì O pecador permanece no erro, cauterizando a própria consciência; í Nós nos tornamos cúmplices, sujando a santa igreja com o pecado não corrigido; î Pela nossa conduta desobediente, mostramos indignos de Deus, pois escolhemos a amizade de pecadores acima da santidade de Deus.
A necessidade de aplicar ensinamentos “duros” envolve, muitas vezes, membros da própria família. Às vezes, é necessário nos afastar de parentes “cristãos” que voltam ao pecado. Em vez de oferecer desculpas para justificar a nossa desobediência, a própria família deve ser a primeira na aplicação da disciplina de Deus ao pecador.
Pode ser necessário falar para alguém, até da própria família: “Você pode escolher o pecado e a eternidade no inferno, mas eu não vou junto!”
Purificar ou Destruir
Ainda há mais um capítulo na história da purificação do templo. Na mesma semana da segunda purificação, Jesus avisou o povo que voltaria para destruir o templo em Jerusalém (Mateus 23:37-38; 24:2). Quarenta anos depois, ele usou o exército romano para cumprir a sua palavra. Jesus fez tudo para salvar o povo e estabelecer a sua comunhão com eles, mas rejeitaram os seus apelos. Devemos aprender a lição. Se não tivermos o zelo para purificar o santuário de Deus, a nossa casa ficará deserta.
Não é fácil ser um povo santo, mas somente os santos têm a esperança da vida eterna com Deus. Sejamos santos, porque Deus é santo! (1Pedro 14-16).
–por Dennis Allan
Como Tratar os Irmãos que Pecam?
A Bíblia muitas vezes ressalta o interesse que os cristãos devem ter pelo bem-estar espiritual dos irmãos. “Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados.” (Tiago 5:19-20). Talvez a reação mais natural diante de um irmão que peca seja abandoná-lo, achando que cada pessoa deve tomar conta de si mesma. Mas as Escrituras ensinam que os cristãos são uma família, um corpo, e cada membro deve preocupar-se intensamente com o crescimento espiritual dos outros membros.
A Palavra ensina que deve haver distinção entre os irmãos que pecam. Nem todos os pecados refletem o mesmo tipo de coração e, portanto, assim como cada doença física requer um tratamento diferente, o mesmo acontece com as enfermidades espirituais. “E compadecei-vos de alguns que estão na dúvida; salvai-os, arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sede também compassivos em temor, detestando até a roupa contaminada pela carne.” (Judas 22-23).
“Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos.” (1 Tessalonicenses 5:14). Estes textos agrupam em várias categorias os que estão em pecado, mostrando o tipo de ajuda necessária para cada caso.
Os que Tropeçam
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado.” (Gálatas 6:1). Em alguns casos, o pecado pega o homem num momento de fraqueza e o enlaça. Nessa situação, outros
irmãos devem conversar com aquele que tropeçou e ajudá-lo a se erguer novamente. Isso deve ser feito com um espírito de mansidão e delicadeza. Não ajuda muito repreender com severidade. É preciso que pensemos como gostaríamos de ser tratados numa situação dessa, porque todos tropeçamos e caímos no pecado uma vez ou outra, e faz-se necessário que os nossos irmãos com mansidão nos ajudem a voltarmos à fidelidade no serviço do Senhor. Paulo incentivou Timóteo a fazer apelos as pessoas e não repreendê-las de uma maneira áspera (1 Timóteo 5:1-2). Áqüila e Priscila mostraram sabedoria ao conversarem com Apolo em particular para ajudá-lo a aprender o caminho de Deus com mais precisão (Atos 18:24-26). O
objetivo é recuperar o pecador e não apenas “cumprir o nosso dever” de admoestá-lo.
Os que Pecam
“A cautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe.” (Lucas 17:3-4). Há casos em que o pecado é tão evidente que tem que ser enfrentado diretamente. Nesses casos, naturalmente, devemos estar preparados e ansiosos para aceitarmos o arrependimento do pecador e perdoar-lhe. Antes, porém, será necessário admoestar “os insubmissos”, advertindo-os sem rodeios e estimulando-os a mudar (1 Tessalonicenses 5:14). Quando o pecado visível de Pedro feriu os irmãos gentios e levou outros cristãos judeus ao mesmo erro, Paulo o repreendeu face a face em público (Gálatas 2:11-14). Não se tratava de um irmão fraco em tropeço, mas um pecado de conseqüências públicas, por parte de Pedro, que precisava ser tratado. Qualquer um de nós pode precisar de uma repreensão
direta às vezes. O livro de Provérbios nos incentiva a aceitar as admoestações e usá-las como uma oportunidade para fazer as devidas correções, apesar da repreensão ser dolorosa. No caso de Pedro, ele falou mais tarde a respeito do nosso “amado irmão Paulo” (2 Pedro 3:15), mostrando que ele não tinha nenhum rancor pelo fato de Paulo o haver repreendido abertamente.
Os que se Recusam a se Arrepender
“Nós vos ordenamos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que ande desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebestes”; “Caso alguém não preste obediência à nossa palavra dada por esta epístola, notai-o; nem vos associeis com ele, para que fique envergonhado. Todavia, não o considereis por inimigo, mas adverti-o como irmão.” (2 Tessalonicenses 3:6,14-15). Às vezes, um irmão que está em pecado não presta atenção ao estímulo e à admoestação de outros cristãos. Tanto pessoalmente quanto por carta, Paulo havia ensinado e admoestado aos tessalonicenses acerca da necessidade de trabalhar. Em 1 Tessalonicenses 5:14 ele tinha pedido que outros irmãos admoestassem os indisciplinados. Em 2 Tessalonicenses 3, mais uma vez ele adverte severamente os que se recusavam a trabalhar. Depois ele afirma claramente que, quando alguém se recusa a obedecer à Palavra de Deus após reiteradas admoestações, essa pessoa deve ser publicamente notada como infiel e os irmãos devem se afastar do contato social com ela. 1 Coríntios 5 trata de um caso semelhante. O pecado era diferente (um caso grave de imoralidade sexual), mas Paulo ordenou aqui também que o irmão que se achava no erro fosse publicamente reconhecido como infiel e que os outros não se associassem com ele, nem mesmo para comer com ele. Em Mateus 18:15-17, quem se recusa a se arrepender de um pecado cometido contra outra pessoa deve ser tratado da mesma forma.
Ao colocarmos em prática essa diretriz precisamos tomar certos cuidados. Em primeiro lugar, não se deve tomar essa atitude a primeira vez que alguém peca. Os casos descritos nos textos anteriores estavam em estágio avançado; já se haviam dado exortações. Em segundo lugar, a igreja deve estar ansiosa por receber o irmão que errou quando ele se arrepende. Ele não deve ser considerado um inimigo, mesmo após ser disciplinado pela congregação (2 Tessalonicenses 3:15). E, se ele retornar à fidelidade ao Senhor, deve ser recebido com muito amor e ternura (2
Coríntios 2:5-11).
Há três razões para essa atitude. Primeira: o amor pelo irmão que pecou. A esperança é que a pessoa, percebendo a gravidade de seu pecado, retorne ao Senhor e seja salva (1 Coríntios 5:5; 2 Tessalonicenses 3:14-15). Assim como o homem imoral de 1 Coríntios 5, muitos se arrependem hoje depois que a igreja a que pertencem os nota publicamente como infiéis (2 Coríntios 2:5-11). Segunda: o amor pela igreja. Paulo falou da influência contagiosa do pecado que é tolerado na igreja (1 Coríntios 5:6-8). Se as pessoas que não estão servindo ao Senhor fielmente permanecem na comunhão com a igreja, sua infidelidade será contagiosa e se espalhará aos outros membros da congregação. Por fim, o amor pelo Senhor. Essa ação deve ser tomada “em nome do Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses 3:6; 1 Coríntios 5:4). Paulo disse que essa ordem põe a igreja à prova para descobrir se ela é fiel ao Senhor em todas as coisas (2 Coríntios 2:9). Muitas igrejas são reprovadas nesse teste. Talvez por causa de um desejo de não se tornarem impopulares ou por uma falta de coragem de enfrentar os membros que vivem persistentemente no pecado, muitas igrejas toleram os membros infiéis e não
obedecem a esses princípios bíblicos. O nosso amor por Deus deve ser maior que o nosso desejo de recebermos a aprovação do homem.
Os que Ensinam Falsas Doutrinas
“Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo, nosso
Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos.” (Romanos 16:17-18). Os falsos mestres são perigosos e subversivos. Por essa razão, devem ser tratados com muito mais firmeza e urgência do que os irmãos que são infiéis ao Senhor de outras formas. Tito foi informado de que os falsos mestres precisam ser silenciados e reprovados severamente (Tito 1:10-16). Ele foi incentivado a rejeitá-los após somente duas
advertências, por causa do perigo que eles representam para os outros cristãos (Tito 3:9-11). Essas talvez sejam declarações fortes nesta época de tolerância. Muitos passaram a crer que não há verdade absoluta e que todos devem crer no que quer que lhes faça sentir bem. A Bíblia ensina que há somente uma verdade, e que devemos encontrá-la, crer nela e segui-la para sermos salvos. Quem ensina doutrinas diferentes do que se acha nas Escrituras põe em risco a alma preciosíssima do seu semelhante.
Conclusão
É errado não fazer caso dos pecados cometidos por outros irmãos ou mesmo aceitá-los. Embora devamos ser humildes e agir em amor, devemos ajudar a recuperar aquele que tropeça, repreender o que peca abertamente, após reiteradas admoestações, afastarmo-nos daquele que se recusa a se arrepender e, após apenas uma ou duas admoestações, rejeitar os que ensinam doutrinas falsas.
Devemos ter coragem e fé no Senhor para obedecermos suas instruções.
Spor Gary Fisher
Relações Entre as Igrejas Locais
Relações diretas entre as igrejas locais era uma proposição limitada no Novo Testamento. Em uma ocasião (Atos 15) os irmãos de Antioquia vieram a Jerusalém para certificarem-se de que a igreja de Jerusalém não se punha entre eles e a revelação de Deus. Outro caso envolvia diversas congregações, cada uma escolhendo seu próprio mensageiro e enviando auxílio aos santos de Jerusalém porque eram objeto de caridade (2 Coríntios 8).
Relações indiretas entre igrejas envolviam igrejas enviando salários ao mesmo pregador quando ele trabalhava em outra cidade (2 Coríntios 11:8). Também cada igreja tinha que obedecer aos ensinamentos dos apóstolos (1 Coríntios 4:17; 7:17).
Igrejas eram usadas como exemplos de generosidade (2 Coríntios 8); de fé (1Tessalonicenses 1); e de infidelidade (Apocalipse 3). Elas saudavam umas às outras (Romanos 16; 1 Coríntios 16) e Paulo orava por todas elas. O homem moderno fica estarrecido por ter havido um contato tão pobre entre as igrejas em vista da tarefa que estava diante delas. Os apóstolos eram pobres, as igrejas que eles tinham que estabelecer seriam pobres também. Poderiam eles pregar o evangelho a todo o mundo?
Primeiro, os apóstolos estavam prontos a dar a cada homem uma resposta pela esperança que havia neles (1 Pedro 3:15). E segundo, os primitivos convertidos eram zelosos como os apóstolos, pois eles “…iam por toda parte pregando a palavra” (Atos 8). Esta era uma busca séria por almas. Como estes professores trabalhavam cada dia, publicamente e de casa em casa!
Em terceiro lugar, havia igrejas locais envolvidas em espalhar a palavra. “Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não só na Macedônia e Acaia, mas também por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus” (1Tessalonicenses 1:8). Fica-se surpreso ao saber que não havia sociedades missionárias ou igrejas patrocinadoras para ajudar na obra. Não havia conferências estaduais da juventude ou retiros cristãos, nenhum evento esportivo regional para
igrejas, etc. Certamente, na mente de muitas pessoas verdadeiramente comprometidas de hoje, todos estes programas deveriam estar funcionando.
Esta simplicidade não era acidental. Hebreus 7:14 assume que conhecemos a regra que estabelece as fronteiras de Deus. “Pois é evidente que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes.” Ele diz que os homens da tribo de Judá não podiam ser sacerdotes. Deus nomeou especialmente os filhos de Arão para serem sacerdotes. Seu mandamento específico tinha um efeito limitado. Exatamente assim, a autoridade dos presbíteros é confinada a cada rebanho, pela mesma regra. “Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós” (1 Pedro 5:2). A centralização da obra da igreja estava fora da autorização dada por Deus.
Estas igrejas cooperavam? Naturalmente. Cada igreja (e cristão) estava trabalhando com a mesma tarefa todo o tempo: pregar o evangelho ao mundo. O mundo estava em toda a parte, e cada criatura era o alvo. Cada igreja estava trabalhando no mesmo projeto S “todos” S todo o tempo. Cada igreja, cada irmão ou irmã, e cada pregador, estava levando a palavra de Deus ao mundo. Isso era cooperação, na maneira bíblica. Uma igreja era fiel, dependendo de sua relação com Deus, mesmo se ela não soubesse de nenhuma outra igreja no mundo.
Os dois exemplos no Novo Testamento de igrejas sustentando pregadores não envolvem nenhum contato entre as igrejas. “Despojei outras igrejas, recebendo salário, para vos poder servir…” (2 Coríntios 11:8). “E sabeis também vós, ó filipenses, que no início do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros; porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades” (Filipenses 4:15-16).
Estes eventos foram ocasiões diferentes. Isto é visto pela diferença em: a linguagem, “igrejas” contra “somente vós”; í o lugar, “Corinto” contra “Tessalônica”; e î o tempo, “no início do evangelho” contra o fim, em “Corinto.”
Isto significa que o exemplo de sustentar pregadores sempre foi direto, era cuidar de suas necessidades, era apreciado e relatado pelo pregador, e também ajudava o doador tanto quanto aquele que recebia. Este modelo responde às necessidades da pregação sustentada pela igreja e não levanta nenhum problema para o futuro.
A verdadeira independência era a razão de haver tão poucos contatos entre as igrejas. Cada igreja ficava na mesma relação de igualdade com a grande missão 52 A Igreja Local no Novo Testamento como qualquer outra igreja. Cada igreja planejava seu próprio trabalho, para ser
financiado pelo seu próprio dinheiro. As Escrituras são notavelmente silenciosas com respeito a qualquer igreja fazendo planos para gastar fundos de outra igreja. Tal planejamento teria enchido o Novo Testamento com mapas de organização e regulamentos.
O presidente de uma companhia de seguros disse ao seu pessoal que os seus 100.000.000 clientes tinham comprado suas apólices individualmente uma por uma. Isto ilustra para nós que ensinamento, e não grandes organizações, é a chave do crescimento. É, também, eminentemente de acordo com as Escrituras.
A simplicidade do modelo de Deus! Cada igreja local sendo cuidada por seus próprios presbíteros (1 Pedro 5:2). Cada igreja sustentando pregadores de sua própria escolha. Cada igreja cuidando de seus próprios necessitados, com seus próprios servos.
Eficaz? O mundo ouviria o evangelho em uma única geração (Colossenses 1:23).
Spor Harold Dowdy
As Igrejas do Novo Testamento:
A Pedra Angular do
Cristianismo sem Denominação
A igreja que Jesus estabeleceu era universal, abrangendo todos os que eram salvos (Atos 2:47). Todos os salvos numa certa comunidade eram a igreja naquela comunidade.
Ao nível local, elas eram organizadas para adoração e trabalho sob presbíteros (Atos 14:23). Esta era a única organização que Cristo deu à sua igreja. Ele era e é a única cabeça da igreja universal e a única cabeça de cada igreja local.
Este arranjo de congregações autônomas, independentes, sem quartéis generais terrestres, não seria surpreendente para os estudantes da Bíblia. No Velho Testamento, Deus estava desgostoso com as tendências centralizadoras daqueles que construíram a Torre de Babel, e os espalhou. Seu plano para Israel foi que as tribos deveriam operar sem um governo central ou rei terrestre, somente Deus reinando sobre elas. A insistência delas na centralização e num rei humano lhe desagradou.
Estas mesmas tendências humanas para centralizar apareceram muito cedo na igreja. O notável historiador da igreja, John L. Mosheim descreve as mudanças feitas no segundo século: “Durante grande parte deste século todas as igrejas continuavam a ser, como a princípio, independentes umas das outras, nem eram ligadas por nenhum consórcio ou confederação ... Mas, com o passar do tempo, tornou-se costume para todas as igrejas cristãs dentro da mesma província unirem-se e formarem uma espécie de sociedade ou comunidade mais ampla; e, à maneira das repúblicas confederadas, manterem suas convenções em tempos determinados, e ali deliberarem pela vantagem comum de toda a confederação.... Estes concílios — dos quais não aparece nenhum vestígio antes da metade deste século — mudaram quase toda a forma da Igreja.” (História Eclesiástica, Vol. I, pág. 116).
Na verdade, “quase toda a forma da igreja” foi mudada, mudando para uma denominação. Agora havia uma nova associação, não de membros, mas de congregações. Agora havia uma nova organização entre as igrejas e Cristo. Agora havia uma nova autoridade capaz de multiplicar organizações e ofícios até a infinidade. Agora havia uma divisão separando as igrejas que cooperavam daquelas que não. E tudo começou quando as congregações renunciaram uma parte de sua autonomia.
A autonomia da igreja local é a primeira e a última linha de defesa contra a ameaça sempre presente de criar denominações. A princípio, a renúncia de autonomia é sempre feita aos bocados, pelo bem da causa e voluntária. Mas, como o Incrível Hulk, a organização à qual ela é dada tende a crescer num senhor irresistível e sedento de sangue. Isso aconteceu no segundo século. Aconteceu de novo no século dezenove, quando centenas de congregações concordaram em permitir que uma sociedade missionária central supervisionasse sua obra missionária, somente para ver essa sociedade crescer em um único século para ser um corpo governador denominacional maduro. E essas mesmas forças estão operando no século vinte.
As igrejas estão sendo solicitadas, nos dias de hoje, por várias instituições oferecendo-se para aceitar a responsabilidade pela obra de evangelismo da igreja, edificação e benevolência em troca de auxílio financeiro. Presbíteros das igrejas patrocinadoras “assumem a supervisão” do trabalho para o qual todas as congregações têm igual responsabilidade e pedem apoio dessas igrejas. Não é o limite da autonomia local rompido quando uma igreja local permite que a diretoria de uma instituição ou os presbíteros de outra igreja assuma a supervisão de qualquer parte de sua obra? Mas ainda não é o fim. Um livro recentemente despachado pelo correio para milhares de pessoas tenta provar que todas as igrejas de uma área urbana deveriam estar sob um presbitério. O livro leva numerosas aprovações.
Aqueles que rejeitam estes conceitos não ficam imunes às influências pré-denominação.
As igrejas, algumas vezes, são intimidadas a tomar decisão por um respeito inflado a um colegiado ou por temor de serem acusadas num jornal.
Curvar-se a tais pressões ou permitir ser influenciados pelo que “a irmandade pensa” é tornar-se sectário e denominacional. Há, naturalmente, o perigo de reação em nossos esforços para evitar a criação de denominações. Ser cristão sem denominação não significa que tenhamos que evitar organizar-nos em igrejas locais, até mesmo em grandes igrejas como a de Jerusalém. Nem significa que uma tal igreja tenha que se isolar, adotar uma única denominação e agir como se não existisse outra igreja na terra. A igreja não denominacional de Jerusalém reconhecia a existência de outras igrejas, enviou Barnabé para encorajar uma delas (Atos 11:22-24), recebeu esmolas de outras e foi incluída num grupo de igrejas das quais Paulo falou como “as igrejas de Deus na Judéia” (1 Tessalonicenses 2:14). Elas, porém, retinham o total comando de seus próprios trabalhos.
A intromissão na autonomia local precisa ser resistida, não num “espírito de feroz independência de fronteira” mas pela fé em Cristo. Ele é rei e, num reino toda a autoridade precisa ser concedida pelo rei. Hoje, somente homens com credenciais do rei são presbíteros, os quais o Espírito Santo fez bispos (Atos 20:28). Sua autoridade precisa ser exercida em harmonia com a vontade de Cristo e somente na igreja da qual eles fazem parte (1 Pedro 5:2). Lealdade a Cristo exige estrita adesão a este arranjo.
Spor Sewell Hall
A Unidade que Agrada a Deus
Deus quer que seus seguidores sejam unidos. Quando Jesus se preparou para sua própria morte, uma das primeiras coisas em sua mente foi a unidade dos seus discípulos: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” (João 17:20-21).
Aqueles que querem glorificar a Deus incentivarão esta unidade entre os crentes: “Assim, pois, seguimos as cousas da paz e também as da edificação de uns para com os outros.” (Romanos 14:19). Como servos de Deus em comunhão com o Espírito Santo, devemos trabalhar humildemente para manter a unidade: “...completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma cousa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento.
Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.” (Filipenses 2:2-4). Paulo deu a fórmula prática para esta paz quando escreveu à igreja dividida em Corinto: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma cousa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer.” (1 Coríntios 1:10).
Crer que a unidade é importante é uma coisa. Praticá-la é outra. Neste artigo, examinaremos alguns esforços para manter a unidade de maneiras que Deus não aceita e após, consideraremos a base da unidade que agrada a Deus.
Esforços Humanos para Manter a Unidade
Algumas vezes, pessoas bem intencionadas estão tão preocupadas em manter a unidade que usarão qualquer método S incluindo os meios que Deus nunca aprovou S para preservar uma união superficial. Considere alguns exemplos de
esforços humanos que Deus não aprova.
Unidade por legislação humana. Muitas igrejas impõem regras para manter a unidade na congregação. Convenções, congressos e conferências são usados freqüentemente como meios de estabelecer e manter normas de doutrina e prática, tentando assim criar e manter a unidade entre as congregações. A Bíblia nunca autoriza tais métodos humanos.
Unidade por estrutura de organização humana. Muitos grupos religiosos procuram manter a unidade criando hierarquias de autoridade denominacional.
Grupos de congregações que têm “sedes” ou outros laços estão seguindo o esquema humano. No Novo Testamento nunca há nem sinal de uma igreja supervisionando outra. Cada congregação era totalmente independente e responsável diante de seu cabeça, que é Cristo. Deus nunca ordenou papas, bispos, presidentes ou quem quer que seja para supervisionar múltiplas congregações. Os únicos supervisores humanos aprovados por Deus são os presbíteros (também chamados pastores e bispos) que cuidam da igreja local onde eles se encontram (Atos 14:23; Filipenses 1:1; 1 Pedro 5:1-2).
Unidade por meio de placas de igrejas. Ainda que a Bíblia não use um único nome especial para descrever igrejas, muitas pessoas tentam manter ligações entre congregações por meio de placas. Estas pessoas pensam que todas as igrejas que seguem Jesus deverão usar o mesmo “nome” para que possam ser imediatamente identificadas como fiéis. Como resultado desta mentalidade, algumas igrejas adotaram nomes que ressaltam algum ponto doutrinário especial (Batista, Pentecostal, Presbiteriana, etc.). Outros usam nomes que honram pessoas respeitadas como fundadores das respectivas denominações (Luterana, Wesleyana, etc.). Algumas vezes, o nome por si pode ser bom. Pode ser uma descrição simples do fato de que o grupo designado busca seguir o Senhor (igreja de Deus, igreja de Cristo, etc.). Não há problema bíblico com o uso destas descrições, mas precisamos lembrar que elas não são marcas registradas que identifiquem os verdadeiros servos de Deus.
Unidade pelo método de Diótrefes. Um dos mais velhos métodos humanos de manter “unidade” foi praticado por um homem chamado Diótrefes. Este homem queria um lugar de primazia entre seus irmãos, e decidiu-se a expelir da igreja quem quer que não o seguisse. Ele se via como “dono da igreja” e usou várias acusações falsas e palavras maliciosas para afastar e manter fora aqueles que estavam pregando a verdade. Ele não permitia nem mesmo que a igreja recebesse coisas escritas por servos fiéis de Deus! Seus esforços para proteger seu próprio partido eram prejudiciais à causa de Cristo. João não se intimidou com tal carnalidade. Ele
escreveu sobre este arrogante servo de Satanás: “Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nós palavras maliciosas. E, não satisfeito com estas cousas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los e os expulsa da igreja.
Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom. Aquele que pratica o bem procede de Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a Deus” (3 João 10-11).
A Base da Unidade que Agrada a Deus
Conquanto os métodos humanos para manter a unidade possam parecer práticos e eficientes, os verdadeiros seguidores de Jesus procurarão manter a unidade do modo que ele nos ensina nas Escrituras. Consideremos alguns textos importantes que nos auxiliarão a entender o que Jesus quer que façamos.
João 17:17-23. A oração de Jesus mostra a base da unidade que agrada a Deus. União com Deus requer santificação do pecado do mundo (João 17:17-19).
É irônico, mas importante, entender que a unidade requer divisão! Se quisermos estar unidos com Deus e seus servos, precisamos não manter comunhão com Satanás e seus servos. Santificação e harmonia vêm pela palavra de Deus (João 17:17, 20-21). Nossa unidade tem que ser modelada pelo exemplo divino. O Pai e o Filho são pessoas distintas, mas concordam em tudo o que dizem e fazem. Os cristãos, portanto, buscam desenvolver a mente de Cristo através do estudo de sua palavra para que possam aprender a pensar como Deus pensa (1 Coríntios 2:9-16).
A relação amorosa entre cristãos serve como evidência para o mundo que nosso Senhor veio do Pai (João 17:21-23). # 1 Coríntios 1:10. O apelo de Paulo mostra que a palavra revelada é a base de nossa unidade. Nossa união é baseada em Jesus Cristo. Quando seguimos cuidadosamente sua autoridade em tudo o que fazemos, evitamos as divisões que vêm das opiniões, doutrinas e esquemas humanos (Colossenses 3:17). Os cristãos devem falar a mesma coisa. Isto não justifica meios artificiais para impor uniformidade no ensino das igrejas, mas, antes, nos desafia a buscar entender e ensinar exclusivamente a doutrina de Cristo (1 Coríntios, 4:6; 2 João 9). Os discípulos devem ter a “mesma disposição mental”. A humildade desprendida de Jesus é para nós o exemplo perfeito (Filipenses 2:1-8; Romanos 12:9-10,15-18). Os seguidores de Cristo precisam desenvolver o “mesmo parecer”. Enquanto opiniões humanas criam contendas e divisões, a vontade perfeita de Cristo incentiva completa harmonia entre os irmãos. Em busca deste “mesmo parecer”, precisamos ser bastante humildes para abandonar as opiniões e tradições humanas, para assim ensinar e praticar somente o que é autorizado no Novo Testamento.
Tiago 3:17-18. O comentário de Tiago nos recorda as prioridades corretas que devemos buscar. A sabedoria divina “...é, primeiramente, pura; depois, pacífica...”. Cometemos um erro terrível quando invertemos esta ordem. Algumas pessoas estão tão decididas a manter a paz que se esquecem da necessidade de defender a doutrina pura. Freqüentemente até ridicularizam aqueles que insistem no estudo cuidadoso e aplicação do ensino do Novo Testamento, declarando que estão mais preocupados com o amor e a unidade. Mas o amor real obedece aos
mandamentos de Jesus (João 14:15) e a unidade real é baseada na concordância com suas palavras (1 Coríntios 1:10). Quando somos fiéis a Cristo, estamos seguros na comunhão com ele e com seus verdadeiros seguidores (1 João 1:5:7). Devemos incentivar a paz, porém não ao preço da verdade. Se formos forçados a escolher entre a pureza da doutrina de Cristo e a paz com nossos irmãos, precisamos pôr Deus em primeiro lugar. É muito melhor estar próximo de Deus e longe dos homens do que estar perto dos homens e longe de Deus. A unidade que Deus quer está entre Deus e seus servos obedientes (João 14:23) e, em conseqüência, entre os
irmãos que servem o mesmo Deus (1 Coríntios 1:10).
O Desafio na Aplicação
A unidade artificial é fácil. Os homens são muito capazes de esconder diferenças reais e criar alianças ímpias, como o faziam os fariseus e os herodianos quando se uniam contra seu adversário comum, Jesus. Mas a unidade real requer trabalho duro. Exige estudo diligente, humildade genuína, amor pelos irmãos e, acima de tudo, um amor intransigente por Deus e sua palavra. Que Deus nos ajude a desenvolver a mente de Cristo para servi-lo juntos.
Spor Dennis Allan
Eu Preciso “Freqüentar uma Igreja”?
A salvação é individual. É verdade! Paulo disse que “cada um” será julgado “perante o tribunal de Cristo” (2 Coríntios 5:10). Não seremos julgados coletivamente como igrejas.
A igreja não salva ninguém. Isso, também, é verdade! É pelo sangue de Jesus que recebemos “a remissão dos pecados” (Efésios 1:6-7). “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé” (Efésios 2:8). A igreja não morreu por nós, e não é capaz de nos salvar.
Algumas pessoas, compreendendo estes fatos, chegam à conclusão que a vida cristã não tenha nada a ver com a igreja. Pode freqüentar uma se quiser, mas também pode usar o tempo igualmente bem recebendo amigos em casa, passeando no shopping ou indo pescar. Pode comunicar com Deus em qualquer lugar, então quem precisa de igrejas?
Antes de descartar ou desprezar a igreja na sua vida, não seria importante ver o que Deus diz a respeito dela?
A igreja (grego, ekklesia) é um grupo de pessoas chamadas para saírem do pecado e pertencerem a Cristo. Jesus prometeu edificar a igreja dele (Mateus 16:18). Deus comprou a igreja com seu próprio sangue no sentido que ele comprou cada pessoa salva (Atos 20:28; cf. 1 Coríntios 6:20).
Paulo frisou a importância de procedimento adequado “na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” (1 Timóteo 3:15).
Embora a igreja não salva, ela tem um papel fundamental na divulgação do evangelho. Devemos valorizar a casa de Deus.
Quando se trata da responsabilidade de participar de uma igreja, uma congregação local, o Novo Testamento não deixa dúvida. Além de muitos exemplos no livro de Atos e referências nas epístolas, encontramos instruções específicas que exigem a nossa participação nas reuniões de uma igreja. O autor de Hebreus claramente condena a atitude de pessoas que deixam de se congregar, porque negligenciam seu papel importante na edificação mútua (Hebreus 10:23-27).
Outras instruções exigem a nossa participação nas reuniões da igreja para participar da Ceia do Senhor (1 Coríntios 11:17-34; cf. Atos 20:7), para juntar ofertas (1Coríntios 16:1-3; Atos 4:36-37; 5:1-2) e para resolver questões de pecado na congregação (1 Coríntios 5:4-5). Discípulos de Cristo se juntam, também, para cantar hinos de louvor e edificação (Efésios 5:19-21) e para ensinar a palavra do Senhor (1 Coríntios 14:26).
Pessoas que negligenciam estas responsabilidades, não participando dos cultos da congregação, desobedecem a Deus. Pecam contra os irmãos e contra o Senhor.
Seja fiel na sua participação em uma congregação local. E não deixe de examinar tudo para verificar que a igreja onde você congrega esteja realmente agradando a Deus em doutrina e prática (1 Tessalonicenses 5:21-22).
–por Dennis Allan
O Que se Deve Fazer Quando sua Igreja Segue Doutrinas do Velho Testamento?
Quase 2.000 anos depois da morte de Jesus, pela qual ele deu um Novo Testamento (Hebreus 9:15-17), muitas igrejas continuam seguindo doutrinas do Velho Testamento. Algumas adotam sistemas de sacerdócio do padrão levítico. Outras justificam o batismo de recém-nascidos pelo fato que meninos judeus de 8 dias foram circuncidados. Muitas exigem o dízimo e usam instrumentos musicais no louvor. Algumas ainda guardam o sábado e observam regras alimentícias da antiga aliança. Todas essas práticas e doutrinas faziam parte da lei dada ao povo de Israel, mas nenhuma delas faz parte da nova aliança dada por Jesus. O que uma pessoa deve fazer se a sua igreja continua ensinando e praticando tais coisas?
Sabemos que, aqui na terra, não existe igreja perfeita, no sentido que qualquer igreja é composta de pessoas imperfeitas. A própria Bíblia diz que devemos aceitar pessoas fracas (Romanos 14:1) e trabalhar com longanimidade para ampará-las (1Tessalonicenses 5:14).
Mas os exemplos citados acima não são questões de indivíduos imperfeitos na igreja, e sim de doutrinas e práticas erradas que envolvem a congregação toda. Jesus encravou o antigo sistema na cruz, dissipando a sombra e revelando a luz (Colossenses 2:14-17). As pessoas ou igrejas que procuram se justificar pela antiga lei se desliga de Cristo e da graça dele (Gálatas 5:4). O Senhor ensina que não devemos ser cúmplices dos pecados de outros. Paulo falou para Timóteo que não apoiasse outros (impondo as mãos a eles) precipitadamente (1 Timóteo 5:22). Antes
de participar ativamente de uma igreja, devemos examinar o trabalho e o ensinamento dela, comparando tudo com a palavra de Deus (1 Tessalonicenses 5:21-22). João instruiu que não apoiássemos professores que ultrapassam a doutrina de Cristo, para que não tornássemos cúmplices de suas obras más (2 João 9-11). Quando uma igreja insiste em manter doutrinas ou práticas não autorizadas por Jesus, o servo que quer se conservar puro precisa ficar fora (ou sair) dela.
Quando uma pessoa sai de uma igreja que não está seguindo a palavra do Senhor, terá que enfrentar algumas decisões difíceis. Onde vai congregar? Não deve se isolar, pois Deus mandou que nos reuníssemos com outros cristãos (Hebreus 10:24-25). Ao mesmo tempo, não deve pular de uma igreja errada para outra igualmente errada. O que pode fazer? Há duas opções: OE Encontrar uma congregação que segue fielmente às Escrituras, ou • Começar uma nova congregação, junto com uma ou mais pessoas com o mesmo desejo de fazer somente a vontade do Senhor. Não é fácil sair do conforto de uma igreja humana para fazer a vontade de Deus, mas o sacrifício é pequeno em comparação com aquele que Jesus fez por nós!
-por Dennis Allan
E Quando Não Se Conhece
Nenhuma Igreja que Segue a Bíblia?
Seria ótimo se houvesse igrejas em todos os lugares do mundo fazendo exatamente a vontade de Deus. Infelizmente, a realidade é outra. Muitas pessoas estudam a palavra de Deus e descobrem a simplicidade do plano dele, mas não acham nenhuma igreja que esteja respeitando o padrão do Novo Testamento.
Muitas ensinam doutrinas humanas sobre a salvação; algumas negam a divindade de Jesus; outras adoram de maneiras não aprovadas nas Escrituras; a grande maioria não respeita o plano bíblico em relação à organização de congregações independentes; etc. Sabemos que não podemos ser cúmplices de obras infrutíferas, nem aceitar comunhão entre a luz e as trevas (Efésios 5:11; 2 Coríntios 6:14 - 7:1).
O que deve fazer uma pessoa sincera que quer agradar ao Senhor? Não é possível responder a tudo num pequeno artigo, mas gostaria de dar algumas sugestões práticas para ajudar as pessoas nessa situação.
Confirme a sua própria salvação. Se você começou a estudar a Bíblia numa igreja que não segue o padrão bíblico em alguns pontos, é possível que você tenha recebido orientação errada sobre a própria salvação. Examine as Escrituras e compare o que você fez para receber a salvação. Saulo (Paulo) se achava salvo e zelosamente praticava sua religião, mas ainda estava no pecado (Atos 9). Deus exige que a pessoa que crê se arrependa e seja batizada para remissão dos pecados (Marcos 16:16; Atos 2:38). Muitas igrejas ensinam, erradamente, que a salvação vem antes do batismo. Examine o que você fez à luz das Escrituras.
Fale com outras pessoas. Quando Paulo chegou pela primeira vez em Corinto, ele encontrou um casal que trabalhava de fazer tendas, assim como ele. Também, ensinaram judeus e gregos durante um ano e meio que morou naquela cidade (Atos 18:1-11). Os resultados? O casal, Áqüila e Priscila, se tornou extremamente útil na divulgação da palavra em outros lugares, e uma igreja foi estabelecida em Corinto (veja as duas cartas de Paulo aos coríntios).
Quando tiver duas ou mais pessoas verdadeiramente convertidas a Cristo, comece a se reunir como igreja. Certamente enfrentarão muitos desafios começando com um grupo pequeno e inexperiente na palavra. Mas, uma igreja é um grupo de pessoas (sejam 2 ou 2.000) chamadas para fora do pecado para servir ao Senhor. Não precisa da autorização de ninguém daqui da terra para fazer o que Deus já autorizou. Pode fazer tudo o que Deus ordenou que uma igreja fizesse: ensinar a palavra, orar, cantar hinos de adoração, participar da Ceia do Senhor, cada
um contribuir de sua prosperidade para as obras que Deus pede, etc. (veja Atos 2:42; Colossenses 3:16; 1 Coríntios 11:17-34; 16:1-2; 1 Timóteo 3:15). Com tempo, dedicação e a bênção do Senhor, um grão de mostarda pode crescer numa árvore!
Spor Dennis Allan
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